Iniciado no cenário indie paulistano como um banda meio eletrônica meio rock, depois impulsionado por campanha da Red Bull e vídeo incrível, a banda Inky teve de se reinventar para sobreviver na selva de pedra da música underground.
Depois de passar por tudo isso e um pouco mais, o grupo de Luiza Pereira, Guilherme Silva, Stephan Feitsma e Luccas Villela chega com o sucessor de “Primal Swag” (2014) tendo avisado desde abril em sua página que “Animania” teria como principal característica o termo “This is not electro, this is rock’n roll”.
Não poderia ter definição melhor para o segundo disco da carreira da banda: cheio de energia e mais conciso em sua linha de baixo, guitarra e bateria, os elementos ambientais de eletrônica são apenas mais um acessório que auxilia na sonoridade da banda, e não mais um ponto acima dos outros instrumentos.
Para deixar claro esse posicionamento musical eles marcaram para a quinta-feira da semana passada (18) um evento chamado “8 horas de Inky”.
Naquele dia, entre as 11 horas e as 19 horas, foram disponibilizadas todas as faixas do novo trabalho deles na rede para que os fãs pudessem ter acesso irrestrito a essa nova fase.
Por meio da página que a Red Bull mantém para divulgar bandas de seu catálogo (o álbum foi gravado em seus estúdios no centro de Sampa), o baixista Guilherme Silva conta: “A gente queria fazer algo diferente, que convidasse a galera, que deixa o pessoal curioso e quando as músicas fossem saindo o pessoal já ir compartilhando”.
Na parte técnica “Animania” repete a dose com Rodrigo Funai Costa como engenheiro de som e Alejandra Luciani como assistente, mas inclui a novidade de ter a produção de Guilherme Kastrup (“A Mulher do Fim do Mundo” – Elza Soares).
Se a opção por um álbum mais rock’n roll parece clara a maneira menos experimental também fica evidente, pois são menores as interferências diretas de artistas mais conceituais como David Byrne em alguns sons do que já o foi antes. Porém, há muita coisa pesada e intensa que lembra a mesma estranheza que era causada na primeira incursão do grupo no estúdio.
Além disso, é imprescindível destacar a evolução técnica do vocal de Luiza que fica encarregada de todas as faixas, exceto em “Dualism” sob a voz do baixista Guilherme.
Com todo esse up na musicalidade dos meninos (e da menina), o Inky chega preparadíssimo para brilhar em festivais do verão nacional e já figura como aposta quase certa para o próximo Lolla Brasil 2017.
Uma última nota que pode não ter nada a ver ou é uma simples coincidência: é incrível como o som e a caracterização física dos integrantes possuem semelhanças entre os brasucas e a banda britânica representante do novo rock de lá, o Wolf Alice (e tanto Luiza quanto Ellie Rowsell são lindíssimas).
“Animania” já está disponível nas principais plataformas de streaming e no site da Red Bull.
Animania – Inky
1 – Parallax
2 – Devil’s Mark
3 – When the Fire Burns
4 – Skinned Alive
5 – The Rarest Good
6 – Dualism
7 – Future Tongues
8 – In The Middle of a Rising