Queens of the Stone Age conta com ajuda do público para realizar apresentação apoteótica em São Paulo

Queens of the Stone Age Resenha: Queens of The Stone Age em São Paulo

Nenhuma parafernália pirotécnica. Nada de telões ligados durante o show. Informação zero no palco a respeito de banda ou nome da turnê.

Foi assim que o público presente ao Espaço das Américas em São Paulo visualizou o local onde o Queens of the Stone Age iria tocar.

Numa época em que tudo aquilo que rodeia uma apresentação de música é tão ou mais importante do que a execução das músicas feita pelos artistas tal situação acontecida ontem na capital paulista é um alento para os amantes do bom e velho rock’n roll.

Ponto positivo em vários aspectos também para a organização do evento que, apesar de ter embaçado bastante para fazer uma fila quilométrica andar teve bom desempenho para receber os fãs e executar a entrada sem muitos vacilos ao interior da casa de espetáculos.

Não presenciei nenhum incidente grave e o comportamento dos presentes ao evento também contribuiu para um bom andamento da atividade da noite agradável que foi esta quinta-feira.

Além disso, o papel dos seguranças teve preponderância no que diz respeito á detecção dos espertinhos que queriam acender seus cigarros num espaço tão fechado como é o local. Mesmo assim, há de se elogiar o ar condicionado da casa já que aguentou bem a energia de um público que não parava de pular nenhum minuto e que, por este motivo, poderia elevar demais a temperatura ambiente.

No quesito “banheiros” mesmo com as filas sempre bastante grandes para adentrar aos sanitários ainda havia certa organização e lá dentro havia a conservação de certa limpeza.

Para quem conseguiu vencer a imensa fila logo na abertura da casa ainda pôde assistir a uma apresentação ok do músico americano Alain Johannes que segurou bem o público (que já estava ansioso pelo show principal) no esquema simples do banquinho e violão.

Após uma pausa de aproximadamente quarenta e cinco minutos o QOTSA subiu ao palco e começou a tocar sua pedradas sem nem precisar falar um boa noite para demonstrar a simpatia de todos do grupo. “You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire” foi a primeira música a ser executada.

Josh Homme, líder da banda, só foi falar com a galera presente no Espaço das Américas ao final da segunda ou terceira música.

Com uma precisão cardíaca na execução das canções, todos os instrumentistas ganham aqui uma menção honrosa já que a energia perceptiva nos discos do Queens não se perde no palco. Pelo contrário, há potência na maneira de promover as músicas e quando há tempo pequenas extensões delas acontecem ser necessariamente parecerem maçantes a quem escuta.

Alguns pontos altos da noites ficaram com a execução de músicas do disco “…Like a Clockwork” (notadamente “My God is the Sun”, “Smooth Sailing” e If I Had a Tail”) que foram cantadas por Josh em companhia dos fãs mais jovens que obviamente se identificam mais com o último trabalho dos caras.

Mas também houve espaço para as porradas dos discos anteriores. “Sick Sick Sick” foi uma desculpa perfeita para a abertura de algumas rodas de bate-cabeça que se mostraram muito empolgantes, “Feel Good Hit of the Summer” foi estendida e isso levou a plateia à loucura com um cover posterior de “Never Let Me Down Again” do Depeche Mode.

Mesmo nas músicas mais lentas como “Make It Wit Chu” a participação dos fãs foi quase que em uníssono.

Depois de algum tempo cantando, Josh parou algumas vezes para conversar bem rapidamente com o público meio que para descansar, mas era visível que a força das canções tocadas pelo grupo contagiaram demais o pessoal presente ao show e isso retornou de forma evidente na atividade dos rapazes no palco. Troy Van Leeuwen, Dean Fertita, Michael Shuman eJon Theodore souberam como deixar o líder do QOTSA à vontade para hipnotizar de vez a plateia. O Trabalho destes instrumentistas realmente é muito bem feito.

Outra jogada de mestre da banda é saber como utilizar toda sua discografia para realizar o set list de suas apresentações e ontem não foi diferente: “Mexicola”, única do primeiro disco, “No One Knows” do Songs for the Deaf e “Monstersof the Parasol” do Rated D se mostraram muito bem ao lado de músicas novas como “I Sat by the Ocean” e “I Appear Missing”.

A primeira parte do show terminou com a ótima “Go With the Flow” para que depois de um minuto os menino voltassem com a trinca “The Vampyre of Time and Memory”, “Do it Again” e “A Song for the Dead”, esta última finalizada de uma maneira tão apoteótica que levou os fãs á loucura (literalmente).

Muita gente ainda parecia dançar mesmo depois do término da música, do acendimento das luzes e do desaparecimento de Josh e companhia do palco.

Simplesmente fantástico.

Desde já, rivaliza com a apresentação fora de série do Arcade Fire no Lollapalooza Brasil deste ano.

Abaixo, veja o set list completo da apresentação de ontem e um vídeo de “Fairweather Friends” feira por uma fã. O responsável pelo blog gravou a clássica “Feel Good Hit of the Summer”, mas ficou tão péssima a qualidade do vídeo que prefere não passar vergonha:

  1. You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire
  2. No One Knows
  3. My God Is the Sun
  4. Smooth Sailing
  5. Monsters in the Parasol
  6. I’m Designer
  7. I Sat by the Ocean
  8. …Like Clockwork
  9. Feel Good Hit of the Summer / Never Let Me Down Again (Depeche Mode)
  10. The Lost Art of Keeping a Secret
  11. If I Had a Tail
  12. Little Sister
  13. Fairweather Friends
  14. Make It Wit Chu
  15. I Appear Missing
  16. Sick, Sick, Sick
  17. Mexicola
  18. Go With the Flow
  19. The Vampyre of Time and Memory
  20. Do It Again
  21. A Song for the Dead

Feel Good Hit of the Summer Ao Vivo

Álbuns Clássicos: “Master of Reality” é a primazia dos mestres do Metal

master of reality

O período que compreende 1969 a 1971 é, talvez, o mais glorioso e profícuo do Black Sabbath. É neste prazo que a banda assina seu primeiro contrato, realiza inúmeros shows aclamados pelo público e crítica, confeccionando os dois primeiros clássicos da banda no mesmo ano, “Black Sabbath” e “Paranoid” (1970), além de fechar com chave de outo em 1971 com esse petardo chamado “Master Of Reality”.

A banda, com seus dois discos, já era tida como vanguardista por conta da inauguração de um rock mais original, tanto no sentido sonoro, que se tornava mais pesado, denso e distorcido, se diferenciando assim da base melodiosa das outras bandas da época, quanto no que se refere às letras, com referências explícitas a temas envolvendo ocultismo, algo que soou como uma novidade naquele momento musical.

Mas é com “Master of Reality” que o obscurantismo das gravações se torna mais presente e o peso da guitarra de Tony Iommi em contraposição ao vocal melódico e afinado de Ozzy Osbourne, fazem do Black Sabbath uma real influência para grupos de Heavy Metal e Doom Metal até hoje.

A característica que personaliza mais o álbum é o fato de Iommi tocar sua guitarra em dó sustenido (um tom e meio abaixo da afinação tradicional). A coisa é tão diferente do que acontecia até então que o baixista Gezzer Butler teve de realizar o mesmo procedimento no baixo.

Essa mudança, segundo declaração do próprio guitarrista, foi feita por dois motivos: para se adaptar ao estilo vocal de Ozzy e para dar um som mais pesado para a sua música. Deu certo. Coisa de gênio!

O álbum foi gravado no Island Studios, em Londres, na Inglaterra e a produção ficou a cargo de Rodger Bain, o mesmo dos discos anteriores. Isso se deveu também à falta de tempo entre as gravações anteriores e as turnês, já que foram quase que divididas umas com as outras.

Dessa forma, Tony Iommi, que personificava a liderança do grupo, enquanto Ozzy iniciava seu império junkie e Butler e Ward se contentavam com uma postura mais introspectiva, prometia, mesmo antes de terminar as gravações de “Master…”, um projeto mais pesado dos que os antecessores.

A famosa batida forte de Iommi nas cordas se intensifica neste álbum e o torna até hoje um dos preferidos de qualquer moleque do mundo que tenta aprender a tocar o instrumento de cordas.

Neste sentido, “Master of Reality” também ganhou a preferência de grupos ligados ao “Stoner Rock”, como Kiuss e Queens of the Stone Age, que usam até hoje a potência da guitarra como se fosse a extensão grave de um baixo.

Embora essa tarefa instrumental coubesse ao guitarrista, são as letras de Geezer Butler, mais maduro como autor, que abordam questões mais complexas num viés mais criativo.

Outra curiosidade do álbum é que em sua primeira versão lançada nos Estados Unidos, algumas modificações foram introduzidas às faixas.

Um exemplo é o prelúdio de “After Forever” ao qual foi dado o nome de “The Elegy”. Outra situação semelhante ocorre com a introdução de “Lord Of This World” que acaba por se chamar “Step Up”.

Como o álbum teve alta vendagem dentro e fora da Grã-Bretanha, percebe-se que as edições posteriores já vinham com os créditos diferenciados nas nomenclaturas das músicas, subtraindo os títulos dados às introduções das canções. A única exceção fica mesmo com “The Elegy”.

O próprio nome do álbum tinha saído nos EUA como “Masters” ao invés de “Master”.

Outro traço forte da personalidade da banda é reafirmada neste álbum de 1971. Assim como na maioria das outras da carreira do Black Sabbath, a arte da capa deste disco é bastante simples, com fundo preto, o nome da banda escrito com fontes em estilo psicodélico, bem natural para a época, numa cor roxa, enquanto que o nome do álbum nas mesmas características, possui um tom cinza.

Bill Ward já mencionou que esta foi uma época em que o abuso de drogas se tornou mais acentuado entre todos da banda e que, às vezes, era normal se esquecerem de ideias que haviam tido em casa para alguma gravação ou letra.

Neste sentido, até que não dá para reclamar do resultado final, não é mesmo?

O álbum é aberto com a tosse clássica de Iommy para o início de “Sweet Leaf”. O riff arrastado do guitarrista se mistura com o acompanhamento preciso de Butler e Ward. Ozzy usa sua voz de maneira marcante. O título da música foi retirado do slogan de um maço de cigarros que o baixista comprou em Dublin e a sua temática é sobre o uso recreativo de maconha.

“After Forever” mistura a velocidade de Iommy com o peso e lentidão do baixo de Butler. Ela é creditada apenas ao líder da banda, mas posteriormente foram incluídos todos os integrantes como compositores. Entretanto, a letra ficou a cargo de Butler, que escreveu uma canção na qual aborda uma temática absolutamente cristã, quase uma ode às crenças desta religião. Talvez esta seria uma forma de abrandar a crítica que havia ao suposto envolvimento do grupo com a temática ocultista.

O vocal denso e rápido de Ozzy produz um efeito tal qual fosse uma conversa apressada com o ouvinte, algo que auxilia na base melódica dos outros músicos.

“Embryo”, na verdade, é apenas uma introdução de 25 segundos de duração para “Children Of The Grave”. Esta última já funcionando como a quarta faixa.

Com um riff que de tão criativo é “cantado” por qualquer fã quando a escuta, essa é uma das melhores músicas do Black Sabbath.

A guitarra cavalgante é provavelmente uma das precursoras do Trash Metal promovido por Metallica, Anthrax e Megadeth.

A batida forte de Butler no baixo é quase um instrumento auxiliar para Ward, com sua mão pesada na baqueta.

E Ozzy funciona como um trovador dos infernos ao realizar uma narração pausada, mas intensa da música. Perfeita sincronia da banda, quase uma aula de como fazer funcionar instrumento e voz.

A letra da música faz menção ao tema recorrente sobre a guerra e seus desdobramentos, fator já usado por Butler em “Eletric Funeral” e “War Pigs. Apesar do ideal pacifista do autor, é visível o temor da narração quanto ao futuro do mundo que, naquele instante, vivia em meio ao conflito velado da Guerra Fria e a sanguinolência da Guerra do Vietnã.

Orchid é quase uma obra medieval com a melodia do bandolim de Iommy funcionando quase como uma elegia introdutória à sexta faixa, “Lord of this World”.

O padrão de instrumentos funcionando quase como se fossem um só se repete nesta música que se baseia no riff bastante pesado e lento de Iommi, mas com ótimas passadas de Ward durante a canção toda. Ela acaba por ser repartida em ritmos mais lentos e repiques mais ligados ao blues.

Ozzy Osbourne assume uma ação mais compassada com alguns falsetes intensos, enquanto o baixo de Butler soa hipnótico lá ao fundo.

A letra é quase um poema sobre os malefícios da vida mundana em contraposição ao mundo exterior e posterior. Outra canção com temática cristã que passou desapercebida pelos detratores religiosos do grupo inglês.

“Solitude” é a faixa mais diferenciada presente em “Master of Reality”.

A balada, entre a psicodelia das bandas daquele momento e os temas de faroestes da época, traz uma qualidade vocálica que é dificilmente relatada quando se trata de Ozzy. Ele a canta de maneira leve e suave sem que estejam presentes seu timbre agressivo e sombrio.

Na verdade, nem parece que seja o próprio senhor das trevas que a canta.

Essa canção também é produto da habilidade de Iommi que divide as funções de violonista, flautista e pianista.

É uma música com a marca da literatura romântica alemã, tendo sua temática depressiva através do sofrimento do amor não correspondido.

Para terminar o álbum, nada melhor do que a clássica “Into The Void”, que vai se fortalecendo com seu riff lento e arrastado, funcionando como outro torpedo lançado por Iommi no mar dos riffs.

A variação demonstrada durante a música, com suas acelerações e diminuições de ritmos, também vale ser ressaltada.

Ozzy retorna mais rápido e se encaixa perfeitamente dentro das lacunas deixadas pela cozinha dividida entre Buttler e Ward.

Tudo muito de acordo com a própria letra, que relata o desejo do narrador de se afastar de um mundo devastado por guerras absurdas. A própria quebra de ritmos em vários momentos da canção faz com que se obtenha uma angustia que é bem ilustrada pela voz de Ozzy.

Por fim, não há como negar a importância dos primeiros dois discos do Black Sabbath que, numericamente falando, promoveram mais hits à banda, mas a qualidade criativa de “Master Of Reality” fez com que o lugar reservado ao grupo fosse num altar mais imponente na história do rock mundial.

Em 2001 a revista Q Magazine colocou o álbum em sua lista de “50 Heaviest Albums of All Time”, e, em outra edição, citou “Master Of Reality” como o álbum mais fortemente bem engendrado dentre os três primeiros do grupo. Isso para ficar somente num exemplo das diversas menções de revistas, críticos e sites especializados em rock à genialidade da produção.

“Master Of Reality” já vendeu mais de 2 milhões de cópias apenas nos Estados Unidos. Por este motivo é um dos maiores em vendagem na história do grupo.

Abaixo, todas as faixas do álbum:

01. Sweet Leaf (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 5:05
02. After Forever (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 5:27
03. Embryo (Iommi) – 0:28
04. Children of the Grave (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 5:18
05. Orchid (Iommi) – 1:31
06. Lord of This World (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 5:27
07. Solitude (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 5:02
08. Into the Void (Iommi/Butler/Ward/Osbourne) – 6:13

Sweet Leaf

After Forever

Children of the Grave

Into the Void

A senhora Josh Home ou o senhor Brody Dalle? “Diploid Love” é o melhor disco deste ano até agora

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A senhora de Josh Home saiu da toca. Após um tempo fora dos holofotes da mídia musical, apenas vivendo à sombra do líder do Queens of the Stone Age, a belíssima australiana Brody Dalle deu o ar da graça: lança agora o primeiro disco solo da carreira de nome “Diploid Love”. E consegue deixar um pouco o maridão em segundo plano.

Após escrever seu nome no mundo punk-indie-riotgirrrl com suas bandas Spinnerette e The Distillers, Dalle resolveu dar uma pausa em sua vida de palco e cuidar das crianças. O período sabático acabou e ela demonstra ter retornado com muita vontade de empolgar o público viúvo de seus antigos grupos.

“Diploid Love” foi solto na internet no site iTunes em 28 de Abril ao preço módico de U$8,99, através da Caroline Records/Queen of Hearts, mas só sai fisicamente nos EUA por volta de 22 de maio.

Na Inglaterra e no Canadá, a bolacha já saiu e a menina está toda prosa fazendo pocket shows para divulga-lo.

Veja o show acústico de ontem numa loja de discos em Toronto, Canadá:

Esse trabalho é mais uma atividade da garota loira, ruiva e um pouco morena com o experiente produtor e engenheiro de som, proveniente do Chile, Alain Johannes, que já trabalhou também com a banda do esposo e com Chris Cornell.

O álbum é menos porrada do que os trabalhos de Brody em suas bandas anteriores, mas não perde a energia.

Também é resultado de uma enxurrada de parcerias ao longo das nove faixas inéditas contidas nele. São músicos do quilate de Shirley Manson que ajudam Brody a cantar e a tocar.

A parceria se estende a Nick Valensi (The Strokes) e Michael Shuman (Queens of the Stone Age) no auxílio dos arranjos e alguns amiguinhos do cenário indie como Emily Kokal (Warpaint), Darren Weiss (ex-Girls), Jessy Greene (famosa violinista), Tyler Parkford (Mini Mansions), Hayden Scott (Paramore), que somente ajudaram no disco ou também irão participar da turnê da moça.

Há maiores explorações musicais em “Diploid Love” e Dalle mostra ultrapassar a essência punk para atingir um público maior do rock.

Dalle incluiu instrumentos inéditos na sua sonoridade musical (como metais e violinos), mas não se esqueceu do barulho que ajudou-a a ser reconhecida como ícone indie do final da primeira década deste século. Se há maior trabalho instrumental nas canções também há a permanência do peso delas tal qual Che dizia. Isso tem mesmo a mão da mulher já que seu nome está lá nas informações adicionais do álbum como co-produtora.

As influências já sabidas das bandas punk do fim dos anos 70 e início dos 80 (Misfits, Black Flag, Buzzcocks) são acompanhadas agora de sonoridades mais calmas e profundas como os membros underground da cena mundial (Metronomy, Yeah Yeah Yeahs) e até experimentações a la Devo. A guitarreira suja está lá, mas agora se situando em locais específicos da música e andando lado a lado com maior serenidade da voz de Brody. A rouquidão dela ainda está presente como marca registrada, mas há subidas e descidas desse vozerio arranhado.

A cozinha também tem marcação mais intensa com bateria bem desenvolvida e baixo que pode ser balbuciado junto.

Por fim, são as guitarras fortes que emolduram bem as letras e isso provoca um casamento sonoro possível.

O álbum começa com “Rat Race” e a participação de Nick Valensi na guitarra e Alain Johannes nos trompetes fazendo da canção uma obra pop com refrão polpudo. Aliás, outro elogio a se fazer do disco é a qualidade dos refrões, que grudam feito chiclete sem ser pedantes. E dá para acreditar em Dalle quando ela grita “I’m gonna burn this city down”.

Na segunda música, “Underworld”, Dalle realiza uma ode ao México, mas de forma vibrante e com voracidade, além da interessante inclusão de um som mariachi ao fim do registro.

“Don’t Mess With Me”, parece ser um hino contra o bullying, mas não fica apenas na ideia de falar contra os agressores, ela canta para que as pessoas agredidas se defendam e enfrentem o problema de frente. A sonoridade de poucos acordes de guitarra soa como um punk dos últimos tempos sem perder a veia pop.

“Dressed in Dreams” e “Carry On” são canções acerca da sobrevivência no inferno dos dias de hoje, seja em qualquer megalópole do mundo. É estímulo sem ser autoajuda. Também se valem das participações especiais e a bateria eletrônica de “Carry On” se ajusta bem ao baixo de Michael Shumman.

Chegamos à fantástica “Meet The Foetus / Oh The Joy” com parcerias empolgantes e dividida em duas partes. Primeiramente, uma canção pulsante e baseada no baixo, com uma progressão crescente e uma inesperada ruptura na metade de sua execução para virar um hino punk. Daí há uma explosão de guitarras com a voz rouca de Brody se digladiando com a maior densidade vocal de Shirley e a “Warpaint” Emily Kokal.

É, além de tudo, um elogio às mães e a maneira que Brody Dalle encontrou para homenagear sua família.

“I don’t Need Your Love” é a prova de que a música anterior não foi feita para todo mundo da família dela. Dalle simplesmente acaba com o pai nessa canção baseada em piano.

O álbum finaliza com “Blood in Gutters”, com Nick Valensi na guitarra e baixão encorpado, além de “Parties for Prostitutes”, música sustentada em órgão Fun Machine.

Dessa forma, o disco criado por Brody Dalle só pode ser considerado excelente, já que não tem altos e baixos e se mantém estiloso e pulsante do início ao fim. Ótima oportunidade para percebermos que há gente boa fazendo coisa melhor ainda pela cena musical mundial.

O fato de ser um trabalho honesto e direto também apoia a questão de que para realizar algo importante na música atual não precisa reinventar essa manifestação artística. O “Do it yourself” também pode ser o “Do it simply”. Simples assim!

Brody Dalle – Diploid Love

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1 – Rat Race
2 – Underworld
3 – Don’t Mess with Me
4 – Dressed in Dreams
5 – Carry On
6 – Meet the Foetus / On The Joy
7 – I Don’t Need Your Love
8 – Blood in Gutters
9 – Parties for Prostitutes

Brody Dalle – Meet the Foetus / On the Joy

Saiu no Popload: Arctic Monkeys toca no Brasil no último trimestre (e a confirmação dos preços para o QOTSA)

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Saiu ontem no site Popload (http://www.popload.com.br/c/blog/) e quando isso acontece pode cravar: a banda de Alex Turner vem ao Brasil para uma turnê própria no final do ano.

Pelo que foi dito não se sabe ainda se em outubro ou novembro, mas há grande motivação para que haja um ou dois shows nas duas principais cidades do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Como atualmente, os caras estão na metade do tour pela enorme Austrália é bem provável que tais apresentações em nosso país sejam colocadas logo após a finalização da perna americana da turnê, marcada para setembro.

O disco ultra-premiado “AM” tem sido a base desses shows e a recepção do público não poderia ser melhor.

Será a terceira vez que o Arctic Monkeys vem ao Brasil, mas a primeira em show solo.

Arctic Monkeys – Why’d You Only Call Me When You’re High?

Ingressos para os shows do Queens of the Stone Age

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Outro grupo que está acostumado a vir a esses lados em festivais e que estreará em palco sozinho por aqui é o Queens of the Stone Age.

Bem, isso você já sabe.

O que saiu ontem foi a confirmação sobre data de início da venda de ingressos e preços. Quem sabe, com a empolgação dos fãs do grupo de Josh Home, não há uma data extra?

A banda californiana lançou o maravilhoso “… Like Clockwork” ano passado e tem realizado muitas apresentações nos festivais da primavera americana.

Primeiramente, o grupo passa pelo palco do Espaço das Américas, em show que faz parte da plataforma Live Music Rock, no dia 25 de setembro, com ingressos que vão de R$ 250 (pista) a R$ 420 (pista premium).

Logo depois, em 27 de setembro, eles tocam no Pepsi On Stage, na capital do Rio Grande do Sul. Para o show, os valores são mais baixos do que na capital paulista, variando de R$ 140 (mezanino) a R$ 200 (pista premium, primeiro lote).

A venda terá início pelo site livepass.com a partir de 14 de maio próximo.

Queens of the Stone Age – Smooth Sailing

Mark Lanegan vem no mesmo avião que o QOTSA?

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Já foi confirmada a turnê do Queens of the Stone Age no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Uruguai para os próximos meses de setembro e outubro.

Aqui, eles tocam no dia 25 de setembro, no Espaço das Américas, em São Paulo com o segundo show no dia 27 do mesmo mês em Porto Alegre, no Pepsi On Stage. Mas, agora, o negócio parece que ficou sério mesmo.

Há indícios fortes de que o Mr Screaming Trees poderia vir acompanhando a banda do amigo Josh Home.

Mark Lanegan, o dono de uma das vozes mais bacanas do rock atual, pode fazer participação especial no primeiro show solo do grupo californiano no nosso país. O QOTSA já veio duas vezes para cá, mas sempre em festivais.

Além disso, a banda divulgou o vídeo de “Smooth Sailing”, do último disco “…Like Clockwork” que parece ter sido gravado por alguém embriagado mostrando o Josh tomando uma birita. Muito louco, literalmente. A música também é bem boa, assim como o resto do disco, eleito pelo blog como um dos dez melhores do ano passado.

Veja Abaixo:

Smooth Sailing

E abaixo a mensagem da página da banda no Facebook que já em janeiro dava certeza da turnê na América do Sul:
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Para o negócio ficar melhor ainda só faltava a esposa do headline da banda, Brody Dalle, vir junto, já que ela realizou alguns shows pela América do Norte para a futura divulgação de seu novo disco, “Diploid Love”, que ainda sairá em 28 de abril próximo.

Veja o vídeo de uma apresentação dela nos últimos dias:

Meet the Foetus – Live in Long Beach

Queens of the Stone Age devem vir ao Brasil ainda neste ano (eles e outra galera boa)

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Estão sendo acertados nesses dias que antecedem o Lollapalooza Brasil 2014, os detalhes finais para outros excelentes shows ainda para o primeiro semestre e uma maior atração no fim do ano.

Quem toca primeiro é o Mudhoney, que já esteve no Brasil várias vezes. Desta vez o grupo liderado por Mark Arm irá fazer shows no mês de maio nas seguintes cidades: Uberlândia (13 no Open House Rock bar), São Paulo (15 na Audio) e Goiânia, no dia 16, dentro do Festival Bananada.

Outro ícone do rock alternativo mundial, o Afghan Whigs, virá pela primeira vez ao Brasil para dois shows: um em 22 de maio na Audio em São Paulo e outro no dia seguinte em Porto Alegre no Bar Opinião.

Mas o mais aguardado é o retorno do Queens of the Stone Age do gênio Josh Home depois do lançamento do aclamado álbum “… Like Clockwork” no ano passado. Segundo o colunista do UOL, Lúcio Ribeiro, a banda californiana deve trazer as apresentações de sua turnê para São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

O QOTSA já se apresentou no país outras três vezes, mas nunca em show solo. Isso aconteceu no Rock In Rio (2001), no SWU (2010) e no Lollapalooza (2013).

Queens of the Stone Age – The Vampyre of Time and Memory

Mudhoney – I Like It Small

The Afghan Whigs – Algiers