Finalmente! Veja o resultado do concurso de contos de terror do Riva 2017

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1º lugar: As irmãs Huron (Stefany da Silva Santos – 6º Ano B) – 132 votos

2º lugar: Manicômio “Colônia” (Luanna Cotting Domenes – 8º Ano D) – 122 votos

3º lugar: Hypno (Laura Belém Batista – 8º Ano D) – 54 votos

4º lugar: O mistério da sala dos professores (Felipe Ramos Ferreira – 4º Ano A) – 51 votos

5º lugar: Um conto na fazenda (Alexandre Oliveira de Melo – 4º Ano C) – 28 votos

6º lugar: O mentiroso (Guilherme Ribeiro Santos – 4º Ano C) – 22 votos

7º lugar: Os guardiões da morte (Ana Vitória Barbosa da Silva – 6º Ano B) – 12 votos

7º lugar: A regra do lago (Vitor Biirk Rodrigues da Silva – 8º Ano D) – 12 votos

9º lugar: A morte (Hillary Moura de Oliveira – 6º Ano B) – 9 votos

9º lugar: A casa misteriosa (Miriã Vitória Marinho de Oliveira) – 9 votos

11º lugar: A tenebrosa noite de tempestade (Rayane Silva Macedo de Lima – 6º Ano B) – 7 votos

12 lugar: O quarto (Maikelly Vitória Machado Martins – 4º Ano C) – 6 votos

12º lugar: O castelo mal assombrado (Nathali Campos dos Santos Silva – 4º Ano A) – 6 votos

 

Obs: Foram computados para efeito de votos válidos tanto os comentários quanto as curtidas no respectivo conto de terror entre os dias 02/10/2017 e 31/10/2017.

 

O Mistério da Sala dos Professores

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Todo mundo, um dia, quis saber o que acontece atrás da porta da misteriosa sala dos professores. Várias crianças entraram lá, mas nunca voltaram…

Em uma tarde chuvosa, Eduardo envolvido pela curiosidade, pediu à sua professora para ir ao banheiro, mas seu destino foi outro, ele foi espiar o que acontecia atrás da porta da sala dos professores, mas de repente… o professor da sala de leitura apareceu, falando para Eduardo voltar para a sua sala, e que ele não deveria estar ali, pois não havia nada de interessante lá.

Eduardo, com medo, voltou à sua sala, contou aos seus colegas o que aconteceu e eles combinaram de ir lá à noite, quando a escola estivesse vazia.

Ao chegarem em casa, eles se prepararam para a grande noite. Em uma mochila colocaram: lanterna, corda, comida e câmera.

Henrique estava com fome, comeu um chocolate e, sem perceber, foi se distanciando dos colegas. De repente, todos ouviram um grito e perceberam que Henrique tinha sumido, no chão havia migalhas de chocolates, eles seguiram até uma porta secreta e de lá ouviram a voz do Henrique pedindo ajuda.

Todos gritaram “HENRIQUE” e saíram correndo em direção à voz do amigo.

Quando avistaram Henrique ele estava com um capuz preto e amarrado dentro de um armário. Por pouco o assassino não o machucou, pois se assustou com os gritos e saiu correndo.

Até hoje, mesmo com a curiosidade, ninguém mais entra na sala dos professores e todos desconfiam do professor da sala de leitura, porém nunca encontraram provas e sempre que vão para sala de leitura o silêncio é garantido.

 

Felipe Ramos Ferreira 4º Ano A

As Irmãs Huron

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Era uma noite fria, quando o Sr. e a Sra. Huron estavam viajando para tentarem se resolver, pois, estavam em uma fase difícil, com muitas discussões. Luna, a filha mais velha do casal, estava sozinha com sua irmã mais nova Lisa em sua casa. Muito medrosa, com medo de uma tempestade intensa, sua irmã implorou para que Luna fechasse todas as portas e janelas da casa, como se fosse uma prevenção de algum mal. Luna, sempre muito brincalhona, estava zoando com a situação para acalmar a sua irmã . Ela dizia que Lisa estava com tanto medo que as 3 da manhã algum tipo de bicho papão iria pegá-la. Lisa ficou com mais medo ainda, tanto pela piada de mal gosto como também pelos trovões que a tempestade provocava. Elas sempre foram muito unidas, mesmo com esse humor de maldade de Luna. Lisa fica muito assustada quando escuta um estrondo vindo do quarto.

Luna curiosa e assustada foi até o quarto de sua irmã para ver o que aquele estrondo tinha causado em seu quarto. Rapidamente, ao chegar ao fim do longo corredor não parava de pensar no que estava acontecendo e então Lisa gritou o seu nome, para que ela tomasse cuidado : – Cuidado, Luna! Dizia ela.

Luna, acima de tudo estava preocupada com a sua irmã, e então faria qualquer coisa para descobrir o que tinha acontecido. Luna abriu a porta lentamente e viu algumas marcas no chão. Não eram pegadas, mas sim marcas de sangue. Luna estava aterrorizada com a imagem que via à frente, por nunca ter visto algo desta forma antes.

De onde vieram essas marcas? Quem as deixou? O que aconteceu? Como alguém veio parar aqui? Luna se perguntava isso a todo instante, enquanto via uma inundação de sangue no quarto de sua irmã.

– Lisa ! Lisa ! – Luna gritava enquanto olhava com desespero para a imagem de sua Irmã inconsciente no chão de seu quarto. Luna pegou um pano com a tentativa de limpar o sangue em Lisa que ainda estava viva, porém inconsciente, o pano sujou as mãos de Luna fazendo-a se apavorar e arregalar os olhos.

Alguns dias se passaram, os pais de Luna e Lisa, chegam de viagem.

“Nesses últimos dias tenho tentado esquecer o que aconteceu. Foi algo assustador, como algo dessa forma poderia acontecer? Só tinha eu e a minha irmã em casa e como marcas de sangue apareceram misteriosamente? E no lugar mais improvável de se acontecer : no quarto da Lisa. E o pior, ela não lembra de nada do que aconteceu. São perguntas sem respostas. Espero que o papai e a mamãe não reparem em nada.” Isso era o que escrevia Luna, em seu diário.

Era véspera de Halloween, várias ideias vinham à cabeça da família. Na rua onde moravam, não era muito comum de se comemorar o Halloween, mas nesse ano era diferente. Tudo estava diferente. Desde os acontecimentos, até as datas comemorativas.

Os olhos de Lisa brilhavam ao ver que a sua rua estava cheia de abóboras, balões e com alguns fantasmas feitos de pano de cortinas velhas.

– Hum… Luna, será que esse ano nós vamos decorar a nossa casa? Todas as casas estão lindas com as suas decorações. Vamos fazer isso na nossa também? Dizia Lisa, para a sua irmã. Luna pensava da mesma forma que sua irmã. Ela tomou coragem e foi falar com os seus pais.

– Filha, estávamos pensando nisso também. Mas com certeza, não iremos conseguir fazer. Falta apenas um dia para o Halloween e todas as casas fizeram isso com antecedência. Mas, para a sua felicidade e de sua irmã, vamos tentar fazer o máximo possível. Luna correu rapidamente para contar a notícia para a sua irmã, mas ficou chocada ao se deparar com a sua irmã segurando uma faca.

– LISA! O QUE ACHA QUE ESTÁ FAZENDO? SOLTE ISSO AGORA! Lisa, aparentemente ficou assustada com a situação, largou a faca, não disse nada, apenas a deixou cair no chão. A preocupação de sua irmã fez com que ela ficasse furiosa. Depois disso tudo, Luna se acalmou e tentou esquecer o que aconteceu.

– Lisa, o papai e a mamãe disseram que irão decorar a nossa casa. Com certeza já foram às compras, enquanto isso, vamos ver se podemos fazer algo para o tempo passar.

Algumas horas se passam, e seus pais voltam cheios de sacolas com coisas de decoração dentro delas. – Uau! Que bom que vocês voltaram, vamos fazer a decoração? Lisa dizia isso muito animada, e dando um forte abraço em sua irmã. Luna achou o comportamento de Lisa estranho, mas não disse nada, apenas a abraçou também. Ela pensou em contar aos pais o que aconteceu, mas não quis tocar no assunto. Desde então, Luna não parava de pensar na imagem que tinha visto algumas horas atrás, a sua pequena irmã segurando uma faca. Ela não estava conseguindo se concentrar em fazer a decoração, então, foi ao seu quarto para tentar esquecer o ocorrido.

– Oi, Luna, você está precisando de ajuda? Disse a sua irmã Lisa, matando-a de susto.

– LISA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? QUER ME MATAR DE SUSTO? Lisa, apenas fica encarando a sua irmã sem dizer uma palavra.

“Uhuuuuu! É halloween!”

A família Huron estava muito animada com o dia que tinham pela frente.

“Aaaah ! Até que enfim, tudo resolvido.”

– Eba! Decoração pronta! Dizia a Luna. Lisa ficou o resto do dia de cara fechada e nem os seus pais conseguiram “desvendar o mistério” pelo qual a Lisa estava assim. Luna, exausta com o seu dia foi ao seu quarto com um leve pressentimento de que algo de ruim aconteceria. Deu Tchau aos seus pais e a Lisa. Luna estava quase pegando no sono quando teve um sonho sobre o seu dia que vinha pela frente. A data mais esperada por ela, Halloween .

O sonho era assustador, o seu dia era o pior que ela podia ter com todas as expectativas desse dia jogadas fora. Já eram 3 horas da manhã e Lisa batia na porta querendo falar com a sua irmã rapidamente. O toque que Lisa causava sobre as batidas na porta apenas aterrorizava Luna.

Luna, com muito medo, abriu a porta. Sua irmã, Lisa, estava com uma faca na mão e um saco de lixo na outra.

– Toc toc, irmãzinha! Lisa dizia com um olhar misterioso e assustador. Foram apenas 3 facadas em sua irmã Luna, que morreu pedindo socorro. Lisa, com medo de ser descoberta e com muito peso na consciência, apenas deu uma facada em seu peito.

Os pais das meninas estavam com medo da situação, e estavam tentando achar uma solução para isso tudo. Era pra ser uma data comemorativa muito especial para a família, mas acabou se transformando em um pesadelo. Na rua, ao invés de todos verem crianças fantasiadas falando “doces ou travessuras?” Só havia carros e carros de policiais. Todos, obviamente, ficaram com muito medo do ocorrido. No enterro das irmãs Huron, todos do bairro tinham comparecido. Uma história trágica de duas irmãs que se amavam até chegarem ao ponto de uma matar a outra. E esse foi o Halloween da família Huron, com muita dor e angústia.

 

Stefany da Silva Santos 6º Ano B

Um Conto na Fazenda

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Era uma vez uma fazenda na qual havia criação de inúmeros bichos: lá tinha cavalo, galinha, além de várias outras aves e porcos.

Porém, era no chiqueiro que acontecia uma coisa esquisita. A comida dos porcos estava sumindo e o fazendeiro começou a desconfiar.

Depois de ouvir muitas histórias dos camponeses vizinhos lendas sobre um lobisomem começaram a surgir.

Numa noite de inverno, o fazendeiro resolveu agir. Queria fazer uma tocaia para pegar de vez quem estava fazendo aquilo, já que os bichos estavam ficando com fome com o sumiço de sua lavagem.

Ele ficou espiando atrás do galinheiro se alguma coisa diferente acontecia. Mais cedo havia enchido o local de moradia dos porcos de comida. Naquele momento o homem ficou espantado por ver que dois bichos com uma estatura enorme de mais de dois metros, corpulentos e com pelagem escura. Seus olhos eram avermelhados e na boca presas faziam o rapaz ter calafrios só de olhar de longe.

O fazendeiro pegou sua espingarda e deu vários tiros em direção dos monstrengos e uma bala atingiu a um deles fazendo com que o barulho de seu grito fizesse com que todos os animais do local começassem a ficar agitados. Porém, com o mesmo som das balas e do uivo do estranho ser outros iguais a ele apareceram ali.

O irmão do dono da fazenda morava numa casa bem próxima àquele lugar e correu em direção do chiqueiro para ajuda-lo, mas quando lá chegou uma cena grotesca feriu seus olhos: aquela horda de seres monstruosos estava destroçando seu irmão, o que fez com que ele ficasse apavorado e gritou de horror.

Como todos os monstros estavam ocupados matando o fazendeiro nem perceberam a presença do seu irmão e prosseguiram com a matança que ainda se multiplicou com a morte dos outros animais da fazenda.

O sangue jorrava e atingia o irmão do fazendeiro que sem poder fazer nada tentou apenas se esconder e diante do acontecido até mesmo desmaiou.

No dia seguinte, ainda atordoado, o irmão do fazendeiro só pôde ver a polícia chegando e quando tentou explicar o acontecido todos somente olharam para suas vestimentas e a quantidade de sangue ali colocada. Ele foi preso e, posteriormente levado para um manicômio da cidade.

Os monstros cruéis continuaram a aterrorizar os arredores, mas ninguém mais teve coragem de sair à noite e nunca mais foram vistos virando apenas uma lenda distante.

Alexandre Oliveira de Melo 4º Ano C

Hypno

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Vocês conhecem o Hypno?

Uma criatura alta com nariz pontudo, sempre acompanhada de seu pêndulo mágico. É dessa criatura que vamos falar este ano. Então venham criancinhas, se aproximem, contarei para vocês a horripilante história dos irmãos que conheceram a criatura que nomeamos de Hypno.

Esse caso ocorreu em Arvada, uma cidade localizada no estado norte-americano do Colorado. Will e Katerine estavam voltando da escola quando ouviram alguns adolescentes comentando sobre algo que viram na região, segundo eles, um ser estava observando as crianças num parque ali perto, diziam que ele era esguio e meio curvado.

As crianças ao ouvirem aquilo, já foram se aproximar dos adolescentes, perguntando como podiam ver aquela criatura, os adolescentes apenas zombaram das crianças, mas elas insistiram naquela ideia e logo um dos adolescentes contou como eles deveriam invocar aquele ser.

Sem demora, Will decidiu anotar aquilo. Eles deviam buscar alguns instrumentos estranhos, como um pêndulo e um livro antigo sobre hipnose, também precisavam de alguns gizes para desenhar um símbolo no chão e algumas velas amarelas, que segundo o adolescente que havia ensinado aquela invocação, elas representavam a cor do pêndulo mágico daquela criatura.

Após reunirem todos aqueles materiais importantes, as crianças chegaram em casa e se trancaram no quarto, já iniciando aquela invocação no meio do quarto. Fizeram exatamente como Will havia anotado, e logo disseram a frase final da invocação “Hypno, Hypno, venha até nós. Hypno, Hypno, queremos te ver. Hypno, Hypno, queremos brincadeiras e muitas balas”.

Após aquela frase, Katerine sentiu um calafrio na espinha e se pôs a chorar no final do ritual, e então o último material necessário para a invocação de Hypno foi posto dentro daquele círculo mágico. Will já foi tapando a boca de Katerine para que seus pais não ouvissem aquele choro e ali eles ficaram esperando Hypno aparecer.

Passaram 20, 30, 40 minutos e nem um sinal da criatura, Katerine já havia parado de chorar e Will já começou a limpar aquelas coisas enquanto xingava os garotos que, aparentemente, haviam os enganado.

Alguns dias haviam se passaram e Katerine começou a dizer para os seus pais que via Hypno andando pela casa. Will ficou animado com a notícia, enquanto os pais estavam preocupados com a saúde psicológica de seus filhos. Coisas começaram a desaparecer sem explicação, assim como pêndulos começaram a aparecer em lugares inesperados, Will e Katerine ao observarem aqueles sinais, começaram a ficar cada vez mais animados, cantarolando a frase final da invocação que haviam feito. A mãe das crianças começou a se preocupar com aquele comportamento, e sugeriu que o pai os levassem para um psicólogo, porém o pai negou, dizendo que era apenas ” uma brincadeira de criança “.

Mais alguns dias se passaram, até que em uma noite na qual as crianças dormiam tranquilamente em seus quartos, Hypno decidiu aparecer sorrateiramente em frente a suas camas, com seu pêndulo sempre em movimento. As crianças acordaram assustadas com aquela imagem horripilante, ele era extremamente medonho, totalmente esguio e com um nariz pontudo. Mas antes que elas pudessem pensar em gritar, Hypno as fez observar atentamente seu pêndulo mágico, as hipnotizando em uma questão de segundos. Ele as fez segui-lo até uma floresta próxima dali, e enquanto andava com as crianças, começou a cantarolar uma canção medonha, com sua

voz grotesca e arranhada.

“Venham criancinhas, venham comigo

felizes e seguras vocês estarão

para longe de suas casas agora correremos

com hypno, vocês terão muita diversão. “

Enquanto Hypno cantarolava aquela música perturbadora, lágrimas começaram a cair dos olhos das crianças, como se não estivessem 100% hipnotizadas. Observando tudo aquilo, a criatura horrível continuou cantarolando aquela maldita canção enquanto dava pequenas gargalhadas.

” Oh criancinhas, por favor não chorem

hypno não machucaria uma mosca

seja livre para correr, seja livre para brincar

venha comigo para na minha caverna ficar. “

Naquele momento, eles já estavam andando dentro de uma caverna escura e úmida, com restos mortais de crianças e alguns esqueletos infantis. Lutando contra aquela hipnose, as crianças começavam a se contorcer, mas logo Hypno começou a amarrá-las em uma pedra qualquer da caverna.

” Oh criancinhas, por favor não se contorçam

essas cordas, eu sei, vão segurá-las firme

agora olhem para mim, o pêndulo chama

para frente e para trás, suas pálpebras fecharão “

Ao deixar as crianças bem firmes presas nas pedras, a criatura começou a dançar em volta delas, enquanto uma espécie de energia saía de dentro das crianças, eram as suas almas, os olhos das crianças se reviravam para trás, enquanto as veias de seus olhos marcavam. As almas das crianças foram em direção ao pêndulo de Hypno, fortalecendo-o cada vez mais e deixando Hypno com sua cor mais vibrante. A maldita criatura começou a se alimentar do corpo das crianças, enquanto gargalhava e continuava a cantar sua música.

” Oh criancinhas, vocês não podem sair

por vocês suas famílias sofrerão

mentes desfazendo-se nas aparências

permitindo-me assombrar seus sonhos

Não grite, e não chore

é hora de vocês irem dormir

oh criancinhas, vocês não foram espertas

agora ficarão comigo para sempre”

Em meio àquela matança, o sangue infantil escorria no pêndulo de Hypno e de lá podia se ouvir um coro de crianças chorando e clamando por seus pais que os salvassem. Aquelas almas inocentes estavam presas para sempre, alimentando cada vez mais o poder daquele pêndulo mágico.

 

Laura Belém Batista 8º Ano D

Os Guardiões da Morte

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Era um mundo fantástico. Uma terra longínqua. Um lugar mágico criado por grandes e malignos espíritos.

Para continuar sua magia eles precisavam buscar os espíritos dos humanos, para que com isso, prosseguissem com seu poder.

Por conta disso, dois grupos de espíritos sábios resolveram criar três guardiões da morte para executar este plano.

Na verdade, os guardiões haviam surgido de um único espírito cruel, um demônio possuidor de corpos que manipulou reis e rainhas e destruiu reinos inteiros, passando a ser conhecido apenas pelo nome de Inimigo.

Ao criar os guardiões foram usadas poções e rituais que eram desconhecidos para a maioria dos seres daquele mundo, mas algo deu errado e só os primeiros dois foram achados na caverna onde o feitiço foi realizado. Ao primeiro foi dado o nome de Daniel e o segundo foi chamado de Samuel.

Enquanto isso, em nosso mundo externo, numa localidade chamada City Deyon uma família ouvia na rádio sobre a chegada de um furacão.

Essa família era constituída pela mãe, o pai, o menino mais velho chamado Vênus, a garota adotada Alice e um bebê recém-nascido chamado Rafael.

A curiosidade sobre o fenômeno natural era tanta que os irmãos mais velhos saíram correndo de dentro de casa para tentar ver de onde viria o furacão, mas logo sua mãe os chamou de volta:

– Entrem, entrem… temos de ir ao porão agora!

Como em todo lugar em que há possibilidade de ventos fortes naquela fazendo havia um local para as pessoas se abrigarem durante a tempestade e para lá todos foram.

Ali eles ficaram durante horas até que nenhum barulho de chuva, vento ou de coisas quebrando pudesse ser ouvido.

Depois de muito tempo todos começaram a dormir. Muito tempo se passou sem que ninguém tivesse relógio ou qualquer comunicação para saber em que dia ou horário estivessem por lá.

Quando toda a família acordou e começaram a abrir a escotilha para ver lá fora se depararam com uma profunda destruição. Havia somente um vazio tremendo e com medo voltaram para o porão.

Até conseguir digerir todo aquele acontecimento, principalmente as crianças, a família levou mais um tempo e começaram a ouvir barulhos de um farfalhar de asas na área exterior de onde estavam.

O pai só abriu uma fresta da portinhola e quando o fez percebeu que tinha algo parecido com uma asa atrapalhando a visão.

Como Alice era a única adolescente mais nova seu pai pediu que ela saísse para ver o que estava acontecendo sem que a escotilha fosse aberta totalmente. Quando lá subiu a menina se deparou com o guardião Samuel e seu enorme corpo, além de seu par de asas imponentes.

Ao redor dele estavam todos os corpos dos vizinhos e amigos da garota e na outra extremidade estava Daniel.

Então ela perguntou:

– Quem são vocês?

Samuel olhou e seu irmão Daniel respondeu:

– Nós somos guardiões!

Alice perguntou:

– O que vocês fazem?

Samuel continuou sem responder à garota enquanto Daniel começava a tentar explicar, mas Samuel deu um empurrão nele e Daniel acabou dizendo:

– Nós salvamos as pessoas, levamo-nas para um lugar melhor.

Então a menina questionou mais uma vez:

– Então o que são essas pessoas cheias de mordidas e hematomas caídas no chão?

Samuel então explicou:

– Animais os morderam.

E Alice se satisfez com a resposta.

Assim como prometido pelos guardiões eles retiraram a família toda do porão e os levaram para um vale longe dali onde não haveria a possibilidade da passagem de mais nenhum furacão e no qual conseguiram alimento e abrigo para todos.

Foi passando o tempo e os guardiões viviam junto àquelas pessoas. Uma vez por dia um ou outro guardião sumia por um tempo e quando voltava parecia mais forte e mais robusto. Depois de meses com eles Alice foi se apaixonando por Samuel e vice-versa.

E foi aí que a coisa ficou estranha: numa noite sumiu o pai tendo sido encontrado morto com aquelas mesmas feridas e partes do corpo faltando como anteriormente na fazenda acontecera, enquanto que uma semana posterior foi a mãe que teve o mesmo destino.

O problema é que Alice descobriu da pior forma quando saiu para procurar por ela e viu Daniel a comendo viva.

Era este o segredo todo o tempo. Enquanto havia alimento nos arredores os guardiões conseguiram segurar o ímpeto, mas quando isso ficou escasso eles voltaram a se nutrir da carne e da alma das pessoas.

Após ter revelado seu segredo Daniel aprisionou os três irmãos e no primeiro dia subjugou Vênus, enquanto que no segundo dia se alimentou do pobre bebê Rafael.

Enquanto isso ocorria Samuel fugiu com Alice. Daniel não ficou bravo com o irmão guardião, pelo contrário, ficou até feliz. E seguiu seu caminho de espalhar o terror por mais vilas ao redor do mundo.

Alice e Samuel se casaram num ritual totalmente estranho e secreto, mas durante a lua-de-mel enquanto eles se deitavam algo muito sinistro aconteceu, pois Alice deixou que o guardião ficasse por cima dela e nisso ela abriu absurdamente a boca e começou a engoli-lo como se fosse uma enorme cobra que destroça sua presa.

Ali estava solucionado o caso do desaparecimento do terceiro guardião, já que Alice era ele. Ela havia fugido do local de onde foi criada através da feitiçaria e quando subiu ao mundo exterior foi adotada por aquela família. Quando teve contato com os irmãos guardiões começou a ter o apetite que os dois também tinham.

Depois disso, nunca mais ela foi vista e seu criador, o Inimigo, ainda a procura sem sucesso. Daniel também só é lembrado pelas pessoas que conseguiram sobreviver à sua fome demoníaca, mas são lembranças que nem mesmo os mais velhos querem ter.

 

Ana Vitória Barbosa da Silva 6º Ano B

O Mentiroso

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Havia um menino chamado Marcos que era muito conhecido na escola por ser muito mentiroso.

Inventava de tudo para os outros: falava que tinha brinquedos que não tinha, mentia que alguém havia mexido com ele, não falava a verdade sobre ter feito ou não suas lições, de tudo tinha em suas mentiras.

Em casa ele não era diferente, pois fazia sua mãe de gato e sapato com suas mentiras. Muitas delas causavam transtornos para ela e sua família. Ninguém mais acreditava em nada do que o tal garoto falava.

Num belo dia, como de costume, Marcos mentiu para sua mãe sobre histórias que inventava sobre a escola, a professora e qualquer coisa que aparecesse em sua frente e sua mãe ficou muito chateada com aquilo. Colocou Marcos de castigo sem acesso à internet e à tv e ordenou que ele ficasse em seu quarto para pensar em suas calúnias.

Só que quando chegou o período da noite faltou luz e Marcos começou a ficar com medo do escuro. Sua mãe deixou uma vela em seu quarto e ordenou que ele dormisse, pois já era tarde. Dessa vez ele obedeceu porque realmente ficar no meio daquela escuridão não era seu forte.

Depois de algumas horas, Marcos acordou de súbito com um barulho no chão próximo à cama. Começou a tremer de temor, mas pensou que tivesse sido apenas uma má impressão. Mais alguns minutos passaram e mais uma vez o som voltou… Pareciam pequenos e pausados passos. Quando olhou para o único fio de luz que havia no quarto percebeu aterrorizado que uma de suas camisetas estava andando sozinha. A única situação na qual pensou foi em correr e isso fez até chegar ao quarto de sua mãe.

Lá chorou, esperneou , falou e falou sobre o que havia acontecido, mas sua mãe não acreditou em nada e o mandou voltar para dormir.

O menino voltou e quando lá chegou viu uma vassoura caindo sozinha logo que lá entrou. Daí o medo voltou e correu, mas viu sua mãe atrás de si que tinha vindo ver o que de fato estava acontecendo. Neste momento, a energia voltou de repente e logo foi mostrado o motivo pelo qual Marcos tanto temera: estava ali um gato que invadiu o quarto do menino e estava apenas fazendo uma arruaça por lá. Sua mãe riu muito e mostrou a ele o quanto suas mentiras tinham atrapalhado a capacidade das pessoas acreditarem nele.

Depois daquele dia Marcos nunca mais mentiu.

 

Guilherme Ribeiro Santos 4º Ano C

O Quarto

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Era dia de mudança: os pais de Mary Ellen estavam descarregando todas as bagagens, pois a mansão antiga para a qual estavam estabelecendo nova moradia era grande e iria precisar de alguns reparos antes mesmo que colocassem todas as coisas no lugar.

A menina era filha única e muito curiosa e logo quis saber onde era seu novo quarto. A garota de 10 anos só queria mesmo era se divertir e foi logo procurando o que fazer naquela casa enorme.

No segundo piso do casarão havia inúmeros cômodos fechados e sem que houvesse chave para que fossem abertos, mas estranhamente um deles estava entreaberto, algo que redobrou o senso de curiosidade da pequena Mary Ellen.

Ao adentrar naquele quarto percebeu que ainda havia moveis do antigo morador e todos eles estavam cobertos por lençóis brancos, dando a eles um aspecto meio sinistro.

De cara, a garota quis sair, mas percebeu que havia um baú no canto da casa que parecia ter uma lanterna dentro já que uma luz bem fraca saía de dentro.

Com um estranho pressentimento a menina nem chegou a abrir aquele objeto esquisito, mas quando vagarosamente se afastava de costas esbarrou numa pequena estante que estava atrás de si e alguns jornais caíram dali.

Ao tentar recolher a bagunça que aquilo havia feito percebeu em um dos jornais a foto exatamente daquela casa na primeira página de uma edição que datava de 30/09/1956. A manchete dava conta da seguinte notícia “Corpos de casal donos de mansão são encontrados esquartejados dentro de um baú”. No meio da reportagem informava que apenas a filha pequena deles não havia sido encontrada.

Um medo cortante subiu pela espinha da menina chegando à cabeça e a fazendo pensar em muitas coisas ruins. Correu sem pestanejar para contar aquilo aos seus pais, mas quando chegou no andar de baixo só pode ver papai e mamãe caídos no chão da cozinha.

Não sabia o que fazer e percebeu que todas as portas da mansão começaram a se fechar. A única opção foi subir novamente e lá em cima o mesmo quarto de antes continuava aberto. Lá entrou e quando olhou para trás a porta se fechou para sempre.

No dia seguinte, os policiais arrombaram a porta principal do casarão depois que receberam o chamado de vizinhos que haviam informado um cheiro fortíssimo de carne podre vindo de dentro da casa.

Lá dentro nada encontraram no piso térreo, mas quando subiram ao andar superior o quarto estava aberto e dentro de um baú o corpo do casal jazia esquartejado.

Nunca encontraram Mary Ellen.

 

Maikelly Vitória Machado Martins 4º Ano C

A Tenebrosa Noite de Tempestade

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Era uma noite chuvosa quando um pai e sua filha voltavam do hospital onde ficaram o dia inteiro na espera de que a esposa e mãe pudesse melhorar e ter alta de sua internação. Uma grave doença desconhecida consumia sua vida e os médicos não sabiam o que fazer.

Como o hospital era longe eles tinham que cruzar uma longa estrada escura que cortava um grande bosque. O som da chuva batendo no teto do carro fazia um barulho relaxante e a garota começou a cochilar.

Repentinamente um grande estrondo fez-se ouvir. O trovão veio forte e um relâmpago iluminou a noite. O pai segurou firme o volante e o carro derrapou na estrada molhada até bater em um barranco.

Após verificar se sua filha não estava machucada o homem decidiu sair do carro para ver os estragos que o veículo havia sofrido. Os dois pneus dianteiros estavam furados e uma das rodas amassada.

– Parece que passamos por cima de algo grande na estrada. – disse o homem.

A filha, debruçada na janela, perguntou receosa:

– Mas você pode consertar, pai?

“Não” – disse o homem balançando a cabeça. – Eu só tenho um estepe e vou ter que voltar a pé até a cidade para encontrar alguém que possa nos rebocar. Não é longe daqui. Você pode esperar no carro até eu voltar.

– Tudo bem. – disse ela . – Mas não demore muito tempo.

O pai percebeu o medo nos olhos de sua filha e afirmou que iria o mais rápido possível.

A filha olhou pelo vidro de trás até ver o pai desaparecer, andando pela estrada no meio da noite.

Havia passado mais de uma hora e o homem ainda não tinha retornado. A garota começou a ficar preocupada. Qual seria o motivo de tanta demora? Será que seu pai não havia encontrando nenhum reboque? O medo de ficar naquela estrada escura aumentava cada vez mais até que ela viu um vulto ao longe vindo pela estrada.

Inicialmente ela ficou alegre, pois pensou que fosse seu pai, porém a alegria inicial foi virando medo quando ela pode perceber que era um homem estranho que vinha andando pela estrada. Agora, mais perto e iluminado pelos eventuais relâmpagos podia ver que se tratava de um homem alto, vestindo macacão e com uma barba em torno do rosto. Notou que algo grande estava sendo carregado em sua mão esquerda.

A garota começou a ficar nervosa e rapidamente trancou todas as portas do carro. Após fazer isto e se sentir mais segura olhou para fora: o homem havia parado e olhava fixamente para ela a uma distância de alguns metros.

De repente ele levantou o braço e a menina soltou um grito horripilante. Seu corpo todo tremia, as lágrimas invadiram seus olhos e apavorada viu que na mão esquerda o homem segurava a cabeça decepada de seu pai.

Seu coração batia aceleradamente e ela gritava sem parar. A expressão grotesca de seu pai era horrível. A boca estava entreaberta com a língua de fora e os olhos estavam todos brancos.

Do lado de fora, colado em sua janela o homem olhava com raiva para ela. Seus olhos estavam injetados de sangue e seu rosto era coberto de cicatrizes. Por um breve momento ele ficou sorrindo para ela como se fosse um louco, então lentamente ele colocou a mão no bolso, tirou algo e agitou para que ela visse.

Na sua mão estavam as chaves do carro do seu pai…

 

Rayane Silva Macedo de Lima 6º Ano B

 

Manicômio “Colônia”

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O carro em que estou tem cheiro de mofo, o acolchoado dos assentos está rasgado e estou praticamente sentado em um pedaço de papelão vermelho que colocaram para substituir o pano. O motorista à minha frente era um senhor, aparentava estar em seus 60 anos, ele tinha uma longa barba grisalha e uma boina tampando uma boa parte de sua cabeça, ela era xadrez e gasta. Ele uma vez ou outra olhava pelo retrovisor para me encarar, mas logo virava o olhar para a estrada novamente disfarçando. Ao olhar pela janela a primeira coisa que se via, eram altas montanhas acinzentadas, nuvens negras no céu e uma chuva forte que fazia um imenso estrondo ao cair no carro.

Ele para o carro em frente a um edifício colossal, ele manda eu sair, lhe entrego o pagamento e fecho a porta batendo com força, a chuva ainda caía forte sobre minha pele, corri até a porta do lugar e o taxi saiu arrastando os pneus ladeira abaixo. A porta a minha frente é de madeira, com desenhos feitos de metal e uma grande campainha vermelha, acima da porta tinha escrito “Manicômio – Colônia”, com letras grandes e mal colocadas. Toco a campainha, ninguém atende, toco duas vezes, nada, então em um impulso de medo de adoecer, aperto a campainha diversas vezes até ouvir barulho de passos em minha direção, recuo pra longe da porta e espero a pessoa do outro lado abrir, um rangido de ferrugem aparece e a maçaneta gira devagar, a porta se abre junto com um rangido e só vejo a pura escuridão à minha frente. Esse lugar é um antigo manicômio que fechou há muitos anos após a morte de 60 mil pessoas, graças à terapia de choque que era usada.

Fui até perto da porta novamente, dando passos largos e lentos, meu corpo por um momento no meio do caminho parou e começou a tremer, me senti apavorado e dei um passo para trás, fiquei lá, parado, olhando a escuridão que quase engolia a porta.

Juntei coragem e lembrei-me de minha irmã que ficou presa ali por anos, sendo obrigada a ter sessões de choque, dormindo agarrada em outros doentes para não morrer de frio, às vezes, nem comida lhe davam e ela ficava semanas definhando de fome.

Uma vez, li sobre um tratamento especial, que só davam para os pacientes que desobedeciam, ou que estavam em um estágio elevadíssimo de loucura, não sei muito sobre, afinal, eram apenas pequenos boatos, mas, diziam que o tal tratamento se chamava “Empalamento”, o paciente seria empalado do ânus até a boca, era um processo lento que podia demorar de 3 a 4 dias para a pessoa morrer. Fechei os olhos e respirei e com muita força eu consegui entrar, assim que pisei dentro do local, um homem, musculoso e bem baixo, albino dos cabelos negros, usando calças rasgadas e uma blusa preta arranhada com botas de couro gastas, surgiu da escuridão, ele me olhou dos pés à cabeça sem demonstrar nenhum sentimento.

– O que lhe traz a esse local, senhor? – sua voz era rouca e falhava muito. Sem nenhuma expressão ele continuou – mesmo que algo tenha lhe atraído, peço que se retire, aqui fechou muito tempo atrás, seus assuntos morreram quando ele fechou.

– Não posso ir, a chuva está mais forte do que nunca… – ele suspirou, e apesar de parecer um suspiro irritado, ele permanecia sem expressão.

– Certo, acho que temos um problema aqui – ele parou e pensou por um momento, olhando nos meus olhos – me siga, irei lhe dar um quarto para hoje. – antes mesmo de abrir a boca para falar algo ele começa a andar, a porta se fecha e o som ensurdecedor de um trovão toca, a escuridão agora engoliu os vestígios que antes tinham luz. O rapaz albino acende uma luz e faz um sinal de “por ali” com a cabeça, o sigo sem pensar duas vezes, ficar na escuridão sozinho é uma opção não cogitada. Corri até perto dele, observando as poucas coisas que a fraca luz permitia que eu visse, tinham milhares de molduras, sem nenhum quadro, sem pensar muito sobre, apenas continuei a seguir o homem. Subimos uma longa escada que ficava ao lado da cozinha, e então paramos em frente a uma grande porta de madeira. Ele puxou uma chave de seu bolso na calça e abriu a porta agressivamente, me assustando.

– Entre… se você sobreviver aqui, vai preferir ter ficado na chuva. – ele sorriu e me empurrou para dentro – não importa o quanto grite, nem eu, nem ninguém pode te escutar. – ele fechou a porta devagar.

O quarto era imenso, com uma cama de casal gigante com lençóis empoeirados e avermelhados. Travesseiros grandes e cheios, várias prateleiras com livros e uma poltrona em frente a uma grande janela que dava para um terraço que estava trancado. Deitei na cama sentindo meus músculos relaxarem, era bom deitar.

Eu tinha um plano: Examinar o local o suficiente para provar que a morte de minha mãe não foi um “acidente” desse hospital. Fechei os olhos e tentei tirar um cochilo.

Nessa noite eu tive um sonho estranho, um sonho que não era meu. Eu via uma mulher correndo, e correndo, em uma floresta que parecia infinita. E então ela para, em frente a uma árvore colossal, a mulher começa a rir, e logo ela fica gargalhando loucamente, parecia que ria de desespero. Ela olha para um galho da árvore, e encara uma corda, logo ela desaparece com o vento, e aparece morta pendurada na mesma corda, ela sorria, e parecia satisfeita com o acontecimento. Poucos momentos depois, uma multidão com tochas aparece, todos ficam decepcionados ao ver a mulher pendurada.

Acordei suando frio, e tremendo, sem entender nada. Olhei pela janela e ainda era noite, provavelmente de madrugada, me levantei e andei até a poltrona, a janela à sua frente era gigante, ia do rodapé até poucos centímetros antes do teto. Era uma péssima paisagem para uma péssima noite. Ouvi rangidos na porta e me virei assustada, a porta estava exatamente como antes, sem me importar muito, me viro para a janela novamente, e assim que viro levo um susto, na janela por fora escorria sangue, a chuva ia tirando os vestígios, mas era tanto sangue que nem tudo saía,

Caí pra trás assustado, ouvi uma gargalhada vindo de trás de mim e virei preparado para atacar, quando vejo a criatura que me encarava eu apenas fico parado. Era uma pessoa, a mulher do meu sonho, ela segurava uma corda e tinha marcas de machucados além do hematoma roxo que cercava todo seu pescoço, ela gargalhava exatamente como em meu sonho, ela olha no fundo dos meus olhos, e sinto todo meu corpo formigar, ela se aproxima e então eu me encolho e grito, assim que olho novamente estou sozinho no quarto, e não havia mais sangue escorrendo na janela. Um espirito mal encaminhado não vai me impedir. Me levantei fingindo para mim mesmo que nada havia acontecido minutos atrás. Sento na cama e coloco minhas mãos em meu rosto, respiro fundo, sinto uma mão em meu ombro e me arrepio.

– Isso vai passar, se passou para mim, passa para você… – levanto o mais rápido possível, ainda em choque, olho para a cama e não tem nada. O quarto é escuro, mas graças à luz da lua eu enxergo tudo no quarto, “deve ser a escuridão que está mexendo comigo”, é o que tento enfiar na minha cabeça.

Abro a porta devagar, soltando um rangido embaixo da porta, e olho pelos corredores sem sair do quarto, por lá é escuro e não tenho sequer uma vela, procuro uma vela entre as gavetas ao lado da cama, e por sorte tem 2 velas pequenas e uma caixa de fósforos. Coloco uma no bolso e acendo a outra, saio devagar do quarto e sigo pelos corredores à frente, os quadros agora tinham fotos, e todos dos quadros me observavam. Comecei a andar encolhida e com medo, escuto passos distantes dos meus, mas que iam aproximando, com medo e tremendo continuo andando, precisava achar o local que a deixavam.

Pelos documentos que eu li, as pacientes mulheres ficam na ala central, junto com seus banheiros e locais de tratamento, aperto meu passo e vou indo cada vez mais rápido, e quanto mais rápido, mais eu sentia um peso em meus ombros, parei em frente à ala “Mulheres – Woman”, senti meu peito começar a doer, abro a porta e um cheiro horrível sobe, as paredes do local eram manchadas de substâncias que não reconheci, o chão era imundo e de cimento, com apenas 3 camas uma em cada canto, aquilo era praticamente um cubículo, e todas as mulheres que foram internadas aqui passaram 80% do seu tempo presas aqui. Sinto minha respiração começar a falhar, maldita hora que meu pai casou com aquela maldita megera e deixou-a internar minha irmã aqui.

Entro de vez no local e procuro por vestígios de qualquer coisa, mas sinto que apenas aquele quarto provava muita coisa. Após olhar o ultimo canto que poderia ter algo, suspiro, vai ser mais difícil do que esperava. Me viro e quase caio novamente, tem cerca de 50 mulheres, acabadas, machucadas, sujas e  desnutridas na sala agora, todas me encarando e sérias, usando as mesmas roupas, apenas com marcas de sangues em lugares diferentes, eu começo a hiper-ventilar e as minhas pernas começaram a perder a força, elas olhavam no fundo dos meus olhos pedindo por ajuda.

– Vocês já estão mortas… eu… não posso fazer nada… – sussurro, mas uma delas parece não ter gostado da minha resposta e se levantou horrorizada, veio correndo até mim, passando e chutando quem estivesse a sua frente, parou na minha frente, e eu caí no chão com o susto.

Ela não tinha olhos, apenas buracos sem nada. Uma lágrima cai, e eu me desespero, fecho os olhos e peço para que vão embora, e assim que abro os olhos, elas não estão mais lá. Saio correndo da sala e fecho a porta com tudo e com tudo isso minha vela caiu, peguei minha outra vela e acendi e continuei a andar, meu coração estava a mil. Não muito depois tinha a ala de tratamento, lá tinha que ter algo. Abri a porta, a porta arrastou no chão fazendo um barulho forte, até agora, mesmo com tudo isso, não havia me assustado tanto como me assustei com aquela sala, era um lugar coberto de cimento, no teto, no chão e nas paredes. O lugar fedia mais que o outro, e era mais apertado, tinha diversos instrumentos de “tratamento” espalhados e uma grande mesa com uma cadeira em frente no canto, e uma porta ao lado contrario da mesa. Entro e sinto um péssimo pressentimento, o clima era pesado e horrível, me senti mais desconfortável do que nunca, reconheci de longe a vara do “Empalamento”, aparentemente esse negócio existia mesmo, olho as gavetas na mesa, e encontro documentos de pessoas, “Jessica, Andreza, Ana Clara, Fabiana […]” e assim vai… procuro pelo nome de minha irmã, “Ana Paula”, seguro a pasta forte e com medo.

Nome: Ana Paula | Idade: 14 | Peso: 55 Kg | Altura: 1,60 | Problema: Esquizofrenia

A paciente está sendo tratada por recomendação da Madrasta, que a colocou aqui há um ano. Último tratamento: “Empalamento”.

Motivo: Ataques frequentes de pânico e recusa de tomar seu medicamento, além de não obedecer às ordens tentando fugir ou ficando até depois do horário acordada rindo sozinha e agredindo os funcionários.

Desabo no chão, ela tinha sido empalada. Ela, sem ter culpa de nada, morreu.

Começo a chorar, e então uma raiva sobe até minha cabeça, fecho os olhos e começo a chorar gritando, ouvi choros juntos do meu, choros tão desesperados quanto o meu. Escuto a porta fechar batendo e dou um pulo para trás, a porta ao lado se abre em um estrondo, vejo um homem barbudo de jaleco e uma mascara se aproximar, Ele para em minha frente e diz:

– Um resfriado valeria mais à pena. – e gargalhou me puxando pelo braço, me contorço, mas vejo o homem da entrada antes me segurar e ajudando o “médico” a me prender em um tipo de máquina, me contorci e gritei, gritei até minha garganta doer, usei toda minha força para tentar sair, mas foi em vão, eles me injetaram algo, e eu simplesmente dormi.

Depois disso, eu encontrei minha irmã.

 

Luanna Cotting Domenes 8º Ano D