Arquivo mensal: novembro 2014
Por que Jimmy Page é o maior guitarrista de banda de todos os tempos
Xico Sá e suas mais de cem mulheres
O blog esperou o período das eleições passar para voltar à leitura.
Na última semana o cardápio literário reservou o novo livro de Xico Sá, jornalista que se envolveu em polêmica justamente na época em que o cenário eleitoral pegava fogo e que foi demitido (ou pediu demissão?) da Folha por comentários alusivos ao tema.
Pois bem, mas voltando ao tema do post, a obra se chama “O Livro das Mulheres Extraordinárias” (Editora Três Estrelas) e, obviamente, o assunto é exatamente este: falar sobre mulheres consideradas pelo autor como fora-de-série.
Foram escolhidas mais de cem mulheres brasileiras – desde o teatro até a música, da literatura e da TV, do cinema e da moda atuais.
A ideia do jornalista era bem simples: tecer elogios a cada uma delas.
Trata-se de um apanhado de declarações públicas de amor a todas elas, mas isso não significa que seja um libelo caracterizado apenas pela rasgação de seda. A redação de Sá que é, sabidamente, muito criativa e estilosa ganha nesta obra a qualidade da brevidade.
E é até um pouco compreensivo que tal situação ocorra em “Mulheres Extraordinárias”, pois apesar da boa escrita de Xico, também acaba por ser notada sua queda por certa verborragia que, às vezes, ultrapassa o momento adequado para concluir raciocínios.
São aproximadamente duas a três páginas que o escritor passa falando sobre suas musas, o que impede de o leitor enjoar rapidamente com os elogios desferidos.
Também cabe dizer que num livro deste tipo há sempre a possibilidade bem real de não se concordar com as mulheres escolhidas para esse afago textual. Daí a obrigação do leitor em não se envolver especificamente com a destinatária do texto, mas sim com o que foi escrito em si. E aí a coisa fica mais intensa e bonita de se ler.
Há todo tipo de mulher nas páginas deste livro: Luiza Brunet, Camila Pitanga, Gisele Bündchen, Sabrina Sato, Isis Valverde, Marisa Monte, Thais Araújo, Fernanda Lima, Juliana Paes, Débora Falabella, Claudia Abreu, Lídia Brondi, Leandra Leal, Cleo Pires, Vera Fischer, etc.
Xico Sá diz que divide “o amor a essas mulheres com as massas” e demonstra que “são elas as guias do erotismo e do afeto no país”.
Ele indica que elas são as “nossas artistas poderosas e nossos seres mitológicos” e “a expressão das grandezas do Brasil e da brasilidade”.
São exatas 127 mulheres e, deste modo, Sá pode divagar sobre como cada uma delas é para ele. Suas conquistas, seus estilos de vida diferentes, a tendência para polemizar de umas e a nobreza inerente de outras.
Ele escreve sobre a paixão por suas curvas e o erotismo que transparece em algumas, mas nunca destoa para um discurso machista ou sexista. O jornalista consegue ser elogioso sem ser piegas e galanteador ainda sendo agradável.
Tem tempo para parafrasear Martinho da Vila e dizer que há ali “mulheres de todas as cores, mulheres cabeças e desequilibradas”.
Em recente entrevista ao site Glamurama do UOL, o autor ainda deixou no ar a possibilidade de realizar uma segunda edição da obra: “muita mulher incrível ficou de fora”, conta Sá.
Ao que parece, o critério para a escolha é exatamente a ausência deste. Há mulheres de nível intelectual elevado, algumas com o porte físico como qualidade extrema ou uma junção dessas duas coisas.
Na mesma entrevista Xico Sá citou outros escritores mulherengos, como Vinicius de Moraes (1913-1980), Antônio Maria (1921-1964) e Paulo Mendes Campos (1922-1991) que sabiam como ninguém escrever sobre o sexo feminino sem que isso ferisse o decoro delas e os considerou como influências para a sua própria redação.
Ele acrescentou que acredita inaugurar um subgênero literário: “a cantada literária”.
Enfim, não é nenhuma obra prima, mas pode ser avaliado como um livro de bom texto e tema apaixonante, mas que não se torna enfadonho e repetitivo à exaustão.
E isso se deve simplesmente pelo fato de ter sido escrito com destreza por Xico Sá. Tivesse a ideia caído no colo de alguém com menos aptidão a coisa poderia ter dado muito, mas muito errado mesmo.
Lana Del Rey, Tim Burton, os olhos grandes e Marilyn Manson
Nem só de polêmica vive a carreira da musa Lana Del Rey. Ou também, certo?!
Ela passou incólume pelo arsenal vociferador (e imbecil) do rapper Eminem que, através de um vídeo de improvisação, havia dito que queria bater na cantor. O demente foi respondido em alto e bom som pela também cantora Iggy Azalea, mas Lana nem se deu ao luxo de tocar no assunto,
Mas como ela também gosta de estar em evidência pela sua obra, que já rende bastante assunto por conta das letras, parece que o negócio está corrido nos últimos dias.
Na quarta-feira (19) saiu a notícia de que a cantora realizou parceria com TIm Burton, o que resultou na composição de duas músicas para “Big eyes”, filme do diretor sobre a pintora Margaret Keane. A vida da artista, conhecida pelo tamanho exagerado dos olhos de seus retratos, é interessante também pelo fato de que seu marido, Walter, durante muitos anos, roubou a autoria de seus quadros.
O filme tem estreia marcada para o dia de Natal nos Estados Unidos.
Pitadinha de maldade: quando vi o nome do filme juro que pensei que este se tratava de uma homenagem à esposa do autor, Helena Bohan Carter. Segue o jogo!
No release oficial apresentado à revista “Hollywood Reporter” sobre a parceria, Larry Karaszewski, produtor do filme, divulgou que ”Big Eyes” e “I Can Fly”, as tais duas músicas “expressam à perfeição o que Margaret sente, é como um solilóquio de seus pensamentos mais íntimos”.
E para não nos deixar passar o feriado sem falar mais um pouquinho sobre ela, Lana (ou alguém de seu staff) divulgou um vídeo com a participação de Marilyn Manson no qual mostra a cantora sendo estuprada. Com o título “Sturmgruppe”, as imagens mostram uma sequência de cenas sinistras e bizarras que terminam com o abuso sexual de Lana.
O clipe com direção de Eli Roth (O Albergue) “estava trancado em um cofre há mais de um ano”, segundo palavras do próprio autor. Além disso, o diretor notório por apresentar cenas sangrentas e violentas em seus filmes, confessou por meio de uma entrevista ao apresentador Larry King que as imagens são realmente “doentias”. Ainda bem que ele sabe.
Veja o resultado do vídeo:
A clássica banda Ride retorna no Primavera Sound 2015
O ótimo Primavera Sound, festival de música que acontece em Barcelona, Espanha, todos os anos, tem se afamado por informar seu line-up através de grandes anúncios em prédios ao redor da cidade da Catalunha.
Dias atrás, quem passou pelas ruas da cidade viu um grande outdoor com o logotipo da banda Strokes, de Julian Casablancas. Pronto! Não é só um estrondo comercial, mas também uma maneira de se consolidar no mercado de festivais através de uma ação exclusiva.
Dia 18 começaram a pipocar ao redor de Barcelona um grande anúncio com o símbolo do Festival, as datas em que acontecerão os shows (28 a 30 de maio de 2015) e a palavra “RIDE”, assim mesmo em caixa alta.
Fãs ardorosos da banda alternativa que arrebatou corações indies nos anos 80 e 90 tinham taquicardias só de pensar que aquilo podia ser verdade.
Foi então no dia 19 que os produtores do evento confirmaram oficialmente a volta do grupo inglês para ser uma das atrações da série de shows espanhola.
Para quem não lembra ou não viveu a época do Ride, trata-se de uma banda que se notabilizou no fim dos anos 80 tendo sido derivada do Shoegaze, mais uma maneira de se portar em cima do palco do que uma cena musical propriamente dita, mas que tinha um local meio que em comum: o sul da Inglaterra.
A banda considerada precursora do Shoegaze moderno, se podemos chama-la assim, foi o My Blood Valentine, mas o Ride tinha características muito parecidas por conta da imobilidade de seus integrantes quando estavam em cima do palco. A ideia central desse estilo de comportamento era a completa introspecção dos músicos durante as apresentações, o que conferia um tom sombrio aos shows.
Talvez contribuía para isso o frio desgraçado que faz naquela parte do planeta e a maneira com a qual os fãs reagiam a essas apresentações. Uma total viagem egocentrista de cada pessoa que estava nos shows e que transformava qualquer atividade do My Blood Valentine, do Ride ou de qualquer das outras bandas que os seguiram em algo único, individual.
O Ride volta após um hiato de 20 anos e quatro álbuns lançados desde sua formação. O Primavera Sound também acaba por se notabilizar em ressuscitar bandas que estavam paradas havia muito tempo. O mesmo, coincidentemente, aconteceu com o My Blood Valentine no ano passado e com o Slowdive neste ano.
E só para matar a saudade, veja um vídeo antigo pacas do Ride em ação:
Because he’s happy: vazou o set-list do Pharrell para o Lolla Brasil 2015
Prévia do Popload Festival: o que andam fazendo as principais atrações do evento indie
Hoje termina o Brasileirão? (lições sobre um campeonato mal tratado)
E os próprios fatos informados anteriormente provam isso. Muitos são os problemas em outras partes do mundo e, inclusive, a má fase do time, tornam-se empecilhos para o aficionado por seu clube não ir ao estádio. Mas sempre acontece o contrário. Pode-se argumentar a respeito de valores ou do poder aquisitivo da população do lugar, mas o que podemos dizer de Inglaterra na qual o custo de vida é altíssimo, mas a atividade de ir ao estádio no domingo é religiosamente repetida toda semana?
Choro, tristeza, frustração: é o que se percebe nos comentários de quem não viu seu ídolo no line-up oficial do Lolla Brasil 2015
Hoje tem Arctic Monkeys (e The Hives de lambuja) em São Paulo
É nesta noite que acontece o penúltimo show da turnê do Arctic Monkeys para promoção do disco AM. A derradeira apresentação acontece amanhã em pleno Rio de Janeiro.
Para essa perna sul-americana do tour dos caras os ingressos evaporaram rapidamente ainda no mês de julho deste ano e só sobraram alguns míseros poucos lugares nos camarotes que custam um ou dois olhos da cara.
Para hoje serão aproximadamente 30 mi pessoas que assistirão à seleção de músicas escolhida por Alex Turner e sua turma.
Mas é bem compreensível que a banda oriunda de Sheffield (Inglaterra) considere a capital paulista para preparar o final de sua caminhada de mais de um ano, pois é por aqui que o grupo vende mais fora da Inglaterra. As informações são da própria equipe dos rapazes reproduzidas hoje pelo blog Popload de Lúcio Ribeiro.
O fato do Arctic Monkeys já terem tocado por aqui por outras duas vezes anteriormente também auxilia na condução de um show com sucesso garantido.
A questão é que quando entrarem no palco hoje, depois de uma boa abertura possibilitada pelos suecos do The Hives (que, aliás, tocam depois de amanhã novamente por aqui) muitas das músicas serão cantadas em uníssono pelo público indie que tem tido motivos de sobra para ficar alegre neste ano de 2014.
Veja abaixo o possível setlist de logo mais:
“Sandtrap”
“This House Is a Circus”
“Brianstorm”
“Dancing Shoes”
“From the Ritz to the Rubble”
“Fake Tales of San Francisco”
“Balaclava”
“I Bet You Look Good on the Dancefloor”
“Fluorescent Adolescent”
“Teddy Picker”
“Do Me a Favour”
“If You Were There, Beware”
“Nettles”
The View from the Afternoon”
“A Certain Romance”
E veja um vídeo de uma das últimas apresentações da banda em Buenos Aires, Argentina, no último dia 08 de novembro: