Visita ao MIS na última sexta-feira: As fotos do pessoal do Riva

No último dia 22, nós da EMEF Professores Rivadávia Marques Junior efetuamos visita ao MIS (Museu da Imagem e do Som) para visualizar e apreciar a exposição “Castelo Ra Tim Bum”.

Além de toda a empolgação com a instalação realizada pelos curadores da exposição também fica a felicidade de ter participado de um projeto com alunos tão interessados em conhecer coisas novas ou de querer ver algo já conhecido por um outro prisma.

Além disso, fica o agradecimento às professoras Michelle e Mariangela pela ajuda durante toda a atividade cultural.

Muito obrigado. Em setembro tem mais.

Veja abaixo, algumas das fotos sobre a exposição.

PS – em breve haverá exposição de fotos na escola com o tema “Contrastes Urbanos” dentro do projeto “Justiça Social”. Nessa ação artística teremos fotos captadas pelos alunos durante o passeio e poemas que estão sendo produzido por eles com a temática da diversidade urbana e das contradições sociais presentes em nossa cidade.

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A genialidade da banda do Sargento Pimenta

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Depois de um longo e tenebroso inverno, a sessão “Álbuns Clássicos” está de volta e não poderia ter um retorno melhor do que a análise daquele que é considerado por muitos o melhor álbum de todos os tempos.
 
A verdade é que o oitavo álbum de estúdio dos Beatles, lançado exatamente no dia 1 de Junho de 1967, não só foi um sucesso de vendas como superou todas as possibilidades de experimentação sonora na história do rock e se tornou influência definitiva, ao lado de “Pet Sounds” dos Beach Boys, para tudo o que veio depois na música.
 
O disco permaneceu 22 semanas no topo das tabelas de álbuns do Reino Unido e 15 semanas no primeiro lugar dos Estados Unidos.
 
A revista Time chegou a chamar o álbum de “uma partida histórica no progresso da música” e a New Statesman rasgou elogios ao considerar que a banda de Liverpool efetuou uma “elevação do pop ao nível da arte”.
 
“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” ganhou quatro Prêmios Grammy em 1968, incluindo nessa cesta o “Álbum do Ano”, sendo assim o primeiro LP de rock a receber tal honraria.
 
Mas para chegar até estas premiações muito se fez para que isso acontecesse.
 
Para entender essa questão é importante voltar a agosto de 1966, quando os quatro rapazes efetuaram um retiro começando um prazo de férias que durou três meses. Hoje em dia esse período é considerado quase que uma fase de desintoxicação das atribulações que os Beatles tinham com as turnês, entrevistas, aparições e toda a vida maluca que eles possuíam naquela época.
 
No mês de novembro daquele ano, durante um voo de regresso para Londres, Paul McCartney teve a ideia para uma canção envolvendo uma banda militar que provavelmente seria o embrião para o novo álbum deles.
 
Daí para o início das gravações para o clássico trabalho foi um pulo.
 
A produção inicial se dá a partir de 24 de Novembro no mitológico Abbey Road Studio Two, com a intenção original de criar um álbum que fosse tematicamente ligado à infância dos membros da banda.
 
Por aí começam a surgir sutilezas como “Strawberry Fields Forever” e “Penny Lane”, mas não demorou para que a EMI Records, desesperada por qualquer coisa nova escrita pela banda forçasse a barra para que as canções fossem lançadas como um single de dupla face. Desta forma, ambas não aparecem neste oitavo trabalho de estúdio.
 
A sorte é que àquela época todos eles tinham ideias insanas e já em fevereiro de 1967, depois de gravarem a canção “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, McCartney sugeriu que fizessem o álbum inteiro como se representasse um show realizado pela banda fictícia criada por ele.
 
“Sgt. Pepper”, portanto, torna-se uma ótima desculpa para se basear em experiências musicais e a banda passa a trabalhar incessantemente chegar à perfeição musical e a melhorar a qualidade da produção em comparação com os discos anteriores.
 
Brotam da cabeça de John, Paul, George e Ringo pérolas como “With a Little Help from My Friends”, única faixa cantada pelo sempre tímido Ringo, “Lucy in the Sky with Diamonds” e “A Day in the Life” que aparecem como primeira, segunda e terceira canções, respectivamente no álbum, através de experimentações únicas de arranjos otimamente engendrados assim como instrumentações jamais utilizadas na história do rock.
 
A gravação inovadora do álbum usada pelo produtor George Martin, incluía a aplicação liberal da modelagem de som com processamento de sinal e o uso de uma orquestra de 40 pessoas que, por vezes, tinham como colaboração tocar crescimentos de tons aleatórios que deixavam as canções estranhas, se ouvidas separadamente dos vocais.
 
O trabalho musical e a gravação das faixas teria cabo em 21 de Abril de 1967.
 
Dessa forma, o trabalho de pós-produção, que incluía pitacos de todos os integrantes também se mostrou importante para a finalização clássica que podemos ouvir no vinil.
 
A própria capa da bolacha é uma obra de arte contemporânea, já que mostra a banda posando em frente a uma plateia de celebridades e de figuras históricas. Este trabalho foi desenhado pelos artistas britânicos Peter Blake e Jann Haworth, a partir de um esboço de McCartney.
 
Sgt. Pepper é considerado por especialistas em todos os tipos de música como um álbum conceitual, que revolucionou o uso da forma até então vista na musica popular mundial. Da mesma forma, também é um amadurecimento artístico dos próprios integrantes do grupo da fria Liverpool.
 
Já foi descrito como Art Rock, Psicodélico, um desenvolvedor do rock progressivo com pitadas do que viria a ser o rock pesado da década posterior.
 
Além disso, o disco se aproveita de multigêneros universais da música e incorpora diversas influências estilísticas, como a vaudeville, por causa de sua proximidade com a canção popular, a música incidental circense, a música de salão (music hall), avant-garde (ou música de vanguarda francesa), a música clássica ocidental e até mesmo coisas mais multiétnicas como a indiana.
 
Por outro lado, “Sgt. Pepper’s” prova que o rock não necessitava se limitar a acordes simples e instrumentos básicos. A bolacha se desenvolveu num esquema fora dos padrões que ainda são reconhecidos hoje como “guitarra-baixo-bateria”, e por meio de instrumentos “estrangeiros” ao rock como clarinetes, harpas, instrumentos orientais e o uso de sintetizadores pré-históricos para os padrões atuais os fez flertar com a música eletrônica (inexistente à época).
 
Talvez o melhor resumo do trabalho dos Beatles é dado por Paul McCartney que diz que “antes tentávamos compor canções pegajosas. O Pepper’s foi mais como escrever um romance”.
 
Fora toda a genialidade do álbum há de se perceber sua capacidade de conversar com o público de seu próprio contexto histórico já que não foi uma produção reconhecida tardiamente, pois, já após seu lançamento fazia sucesso entre público e crítica.
 
A revista Rolling Stone descreveu certa vez que “’Sgt. Pepper’s’ é o disco de rock mais importante já gravado, uma aventura insuperável em conceito, som, composição, capa e tecnologia de estúdio, feito pelo maior grupo de rock de todos os tempos”, e o selecionou como o número 1 numa lista dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.
 
Ainda hoje, a música pop tem algumas dívidas com este trabalho dos Beatles como os encartes que continham as letras da música e a capa dupla do álbum, por exemplo.
 
A própria mitologia e a curiosidade em torno do disco também rendem muitas histórias.
 
Isso vai desde o título da já mencionada “Lucy and the Sky with Diamonds”, por conta de sua provável referência à droga LSD, assim como a quinta faixa do lado A, “Fixing a Hole” que seria uma menção ao uso de heroína que John Lennon fazia naquele período.
 
Também é interessante a inclusão de uma reprise para a música-título do disco no lado B. Ademais, soa diferente a estrutura de “Getting Better” que acelera as bases do rock, e a solenidade com que é conduzida a bela “She’s Leaving Home”, que conta com o uso de cordas clássicas e harpas, num conto sobre a dor de uma jovem que abandona seu lar.
 
A canção seguinte, “Being for the Benefit of Mr. Kite!”, surge como um grande show circense com a inclusão de clavicordes, órgãos, uma bateria hipnótica, a voz anasalada de Lennon e a inspiração do vocalista no cartaz de 1843 que ele viu uma vez. Viagem total!
 
O estilo hindu com que é conduzida “Within You Without You”, única canção com autoria de Harrison, o mais místico e esotérico do grupo, suscita o acompanhamento de violinos e escalas rítmicas orientais durante sua narração religiosa sobre o amor incondicional. É quase uma homenagem ao músico indiano Ravi Shankar, músico que inspirou muito George.
 
“When I’m Sixty-Four”, com letra e condução de McCartney, mostra uma história sobre o amor eterno com o som despojado de clarinetes, numa canção que havia sido escrita por ele ainda em sua adolescência.
 
O pop tem vida através de “Lovely Rita” e seu piano tocado para acompanhar Lennon, McCartney e a história de uma controladora de parquímetros. Duvido ter alguma outra música na história sobre tal tema.
 
Aqui se inclui outra lenda acerca da produção do disco, segundo a qual Paul McCartney teria morrido num acidente de carro por estar olhando para uma inspetora de parquímetros (Metter Maid em inglês).
 
Good Morning Good Morning” é outra música acelerada que traz o anúncio de seu início através do canto de um galo. Logo em seguida temos a voz de Lennon, numa canção que ele mesmo revelou ter se inspirado na marca de cereal Kellogg’s, conhecida por ter um galo como seu símbolo.
 
O final da canção tem uma série de ruídos animalescos que estariam comendo uns aos outros. A música possui um solo feito por McCartney com sua Fender Esquire numa possível transição do que mais tarde seria chamado de heavy metal, devido à sua rapidez e peso.
 
“A Day in the Life” fecha o álbum em grande estilo a partir da ideia de Lennon e McCartney, que se basearam em uma colagem de notícias retirada de um jornal e suas respectivas reflexões na voz inconfundível de John.
 
Tudo isso em meio a uma difusa e quase acústica sonoridade que se esvai para dar lugar a um ascendente ruído sinfônico até chegar às notas mais agudas possíveis para promover uma ruptura e iniciar a parte escrita e cantada por Paul McCartney. O próprio som de relógio que soa neste interim sinaliza sua proposição.
 
A quantidade de instrumentos utilizados nessa sequência é tão grande que a gravação foi refeita e superposta quatro vezes para que houvesse leves diferenças de tempo. Assim sendo, tudo se assemelha a uma orquestra monumental e o resultado final soa como o pouso de um avião, que logo após é interrompido por um despertador que indica o fim de tudo.
 
Para se ter uma ideia, em 2003, a Biblioteca do Congresso Americana colocou “Sgt. Pepper’s” no Registo Nacional de Gravações, honrando o trabalho como “culturalmente, historicamente, ou esteticamente significante”.
 
Até este ano de 2014 já haviam sido vendidas mais de 30 milhões de cópias do disco fazendo dele um dos álbuns mais vendidos da história da música.
 
Na enciclopédia Oxford de Literatura Britânica, há a seguinte descrição para o verbete do disco: “o mais importante e influente álbum de rock and roll alguma vez gravado”.
 
Sgt. Pepper’s Lonely Heart Club Band
 
Lucy in the Sky with Diamonds
 
Getting Better
 
Lovely Rita
 
A Day in the Life
 

Prophecy é mangá dos bons

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O mangá “Prophecy”, publicado pela JBC, é um mangá que trata da antiga guerra entre os fracos e oprimidos contra os poderosos e opressores.

Uma das grandes jogadas da história está na escolha de seu personagem misterioso para fazer justiça com as próprias mãos. Estamos falando do “homem-jornal” que exterioriza a revolta de todos aqueles que se cansaram desse mundo cruel e arbitrário.

O autor Tetsuya Tsutsui aborda tudo por meio de nosso mundo atual que não é bem real, mas um emaranhado de atividades virtuais conectada por redes sociais.

O personagem central utiliza a máscara feita de jornal para cobrir a cabeça e anuncia seus próximos passos a serem cometidos no dia seguinte, além de justificar suas ações para o espectador.

Por outro lado, atrás dele está um novo departamento de investigação de crimes pela internet da polícia japonesa, comandado pela delegada Erika Yoshino. Se o homem-jornal é o defensor dos oprimidos, ela é a personificação da pessoa implacável, disposta a passar por cima de tudo e de todos somente para cumprir suas tarefas.

O mangá acaba por ser um thriller policial em que as minúcias das investigações são tão importantes quanto as ações dos personagens.

Dessa forma, o escritor se torna bem didático para explicar os detalhes recorrentes das atividades investigativas e Yoshino e seus assistentes sempre conversam com este real intuito.

Tsutsui emerge na cultural digital, o que satisfaz aqueles que se empolgam com o assunto. Como o homem-jornal sempre utiliza redes sociais para dizer o que fará, os comentários dos usuários se tornam enormes dicas do que poderá ocorrer mais à frente na história.

No Brasil, a tradução dos três volumes que serão lançados ficou por conta de Edward Kondo, que teve habilidade para saber realizar uma adaptação autêntica sem que perdesse a eficácia do original. Muitas expressões em japonês poderiam se perder na língua portuguesa caso o tradutor não tivesse cuidado em relatar tudo da maneira mais simples possível.

Por fim, a trama se vale muito do suspense e é extremamente sombria e cheia de instantes em que sentimos o peso das ações do passado no ambiente atual da história. Ainda que os personagens estejam bem delineados entre bem e mal, suas ações e motivações são questionáveis, em muitas vezes, o que os torna mais humanizados para quem lê o mangá.

Ótima pedida para quem gosta de suspense e ação, temas já tradicionais nas histórias japonesas, “Prophecy” vai te cativar de tal forma que somente serpa largada de suas mãos quando terminar o volume.

25 anos sem Raulzito: 25 músicas inesquecíveis do Maluco Beleza

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Hoje, quinta-feira, 21, faz exatamente 25 anos que Raul Seixas faleceu.
 
Muito já se falou sobre sua importância e relevância para a música brasileira, a diversificação que seu trabalho lançou no cenário cultural nacional e o quanto seu carisma foi necessário para que houvesse o nascimento de outros artistas no Brasil após os anos 70.
 
Portanto, para não se tornar repetitivo e, mesmo assim, conseguir homenagear o cantor, compositor e maluco baiano, resolvemos listar as 25 canções favoritas (sem ordem de preferência) da carreira do músico para o blog.
 
É obvio que haverá discordâncias entre os internautas, mas é para isso que serve uma lista (Hahaha!).
 
1 – Metamorfose Ambulante
 
Pode não ser a melhor música de Raul Seixas, mas é a aquela que o define, além de ser emocionante. Alguns podem dizer que chegar a ser meio piegas, mas pare e preste atenção na letra. Você mudará de ideia.
 
 
2 – Gita
 
Umas das tantas canções do músico com citações de Aleister Crowley. Fora o tom solene como é executada.
 
 
3 – Não Pare na Pista
 
Refrão forte e ótimo diálogo entre o vocal rasgado de Raul e a cozinha instrumental.
 
 
4 – Al Capone
 
O rock dos anos 60 se encontra com o baião. Quem disse que foi o mangue-beat que fez uma mistureba dessas inicialmente? Além disso, as citações na música são ao mesmo tempo hilárias e inteligentes. Marca de Raul.
 
 
5 – Tente Outra Vez
 
Outra música com forte aliança com a Sociedade Alternativa, o movimento com o qual Raul Seixas e Paulo Coelho se envolveram nos anos 70. Belíssimo arranjo também garante o canto em uníssono de quem a ouve.
 
 
6 – Ouro de Tolo
 
A narrativa de um típico homem de classe média ganha tom crítico na letra teoricamente autobiográfica “Ouro de Tolo” cantada com poder único pelo músico baiano.
 
 
7 – Cowboy Fora-da-Lei
 
O Country-folk-baião com forte influência de Bob Dylan é um clássico do Maluco Beleza. E não há como negar que Raul sempre estava bem acompanhado de ótimos instrumentistas.
 
 
8 – Eu nasci há dez mil anos atrás
 
Música que fala de história, mitologia, filosofia, religião e amor. Uma letra que é inspirada no clássico “I Was Born About Ten Thousand Years Ago” de Elvis Presley e tem Seixas e Coelho na plenitude da forma artística em 1976.
 
 
9 – Medo da Chuva
 
Raul também sabia se dava bem com baladas. Esta aqui fala dos problemas dos relacionamentos. Ademais, também possui ótimos arranjos e um casamento perfeito entre a voz dele e o tom clássico envolvido pela viola durante toda a canção. Está presente no álbum clássico “Gita”, de 1974.
 
 
10 – O dia em que a Terra parou
 
O título que se inspira no filme de 1951 é apenas uma desculpa para realizar uma letra sobre a ausência de ação do ser humano em diversas áreas da sociedade. A música está no sétimo álbum homônimo do cantor lançado em 1977.
 
 
11 – O Trem das 7
 
Quem nunca iniciou essa letra icônica (Ói, olha o trem…)? Só isso já basta para falar da genialidade de sua genialidade em falar sobre a morte. Lindíssima moda de viola de Raul de uma de suas fases mais profícuas.
 
 
12 – Capim Guiné
 
Outro baião (este mais puro do que os outros nos quais Raul misturou com o rock dos anos 60) que está incluído no álbum “O Carimbador Maluco”. Na verdade, a letra é de Wilson Aragão que a havia feito de encomenda para Elba Ramalho, mas Raul a modificou. Há quem diga que o tal capim guiné é uma maneira singela de chamar a maconha. Mais uma das histórias malucas de Raulzito.
 
 
13 – Aluga-se
 
Uma música de protesto que vai direto ao ponto. Não tinha nenhuma sutileza como as que eram feitas por Caetano e Chico nos anos 70, mas com a verve humorística e sarcástica de Raul já na onda da reabertura da politica brasileira em 1980. É do álbum “Abre-te Sésamo”.
 
 
14- Carpinteiro do Universo
 
Há muita crítica entre alguns fãs de Raul à união dele com Marcelo Nova, mas não dá para deixar de prestar atenção ao álbum “Panela do Diabo”. Essa música é belíssima e isso é proporcionado por um dueto maravilhoso entre os dois cantores baianos.
 
 
15 – As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor
 
Esse repente é sensacional. Raul utiliza verborragia, a oratória característica dele e o completo senso irônico com o qual lidava com as coisas que aconteciam ao redor do mundo. Momento mágico e um título mitológico.
 
 
16 – Como vovó já dizia
 
Essa não precisa de muita defesa. Só de ter um refrão “Quem não tem colírio usa óculos escuro” já merece estar entre as melhores do mestre Raulzito.
 
 
17 – Metrô 743
 
Este outro folk com inteira influência de Bob Dylan, ídolo de Raul ao lado de Elvis e John Lennon, possui outra característica do músico. Sua total facilidade em ser despojado para narrar suas letras.
 
 
18 – Meu Amigo Pedro
 
A linda balda cantada por todo amigo seu para provar a você sua amizade não podia ficar de fora dessa lista. Só por esse motivo já vale a lembrança.
 
 
19 – O Conto do Sábio Chinês
 
A capacidade de Raul Seixas em se reinventar era magnífica. Nesta fábula curtinha ele destila toda sua poesia num arranjo minimalista e solene ao mesmo tempo. Bonita demais.
 
 
20 – Não Quero mais Andar na Contra-Mão
 
A música que possui certa influência do rock americano dos anos 80 e arranjo simplório de fundo não figuraria nesta lista se não fosse pela letra cômica que fala de drogas de forma desaforada e desbocada.
 
 
21- O Carimbador Maluco
 
Quem imaginaria que o Maluco Beleza faria músicas mais voltadas ás crianças. Nessa parceria improvável com o Balão Mágico de Simony a música mais conhecida como “Plunct, Plact, Zum” acaba por ser uma aventura sonora deliciosíssima.
 
 
22 – O Segredo do Universo
 
Outro rockão bacana de Raul Seixas ao longo de sua carreira. Muito Beatles, Animals e Joe Cocker nessa narração sobre os complexos caminhos da mente e do universo, dentro e fora, introspecção e exteriorização das emoções.
 
 
23 – Rock das Aranhas
 
A música originalmente incluída no álbum “Abre-te Sésamo” recebeu uma introdução politicamente incorreta (que bom) na parceria com Marcelo Nova em “Panela do Diabo”. Sensacional a capacidade de Raul em se sobrepor às possíveis polêmicas que poderiam surgir com suas letras. Seria engraçado ver essas mesmas letras sendo compostas por Raul nos dias atuais.
 
 
24 – Novo Aeon
 
O álbum de mesmo nome foi um tremendo fracasso (talvez o maior) na carreira de Raul Seixas, mas é inegável que isso se deu por causa da ideia mais conceitual do trabalho e da influência de Paulo Coelho e do Maluco Beleza com os ensinamentos de Aleister Crowley e seu misticismo insano. O experimentalismo é bem perceptível nessa música que possui várias citações do esotérico britânico que apoiava a sociedade alternativa.
 
 
25 – Nuit
 
Nuit é o nome egípcio de uma Deusa que representa o infinito, a noite. Aleister Crowley citava essa deusa como sendo uma das entidades que ele recebia em seus cultos esotéricos. A letra fala sobre os poderes do ser mitológico e Raul a canta de uma maneira como se estivesse embriagado. Uma viagem que Raul e Paulo Coelho fizeram durante muito tempo e que se arrependeram depois que perceberam que era uma tremenda roubada. Mas não há como negar que é um dos principais períodos criativos de ambos. Muito interessante
 

“The Last of Us Remastered” dá mais vida ao clássico dos games

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Dar um up para grandes sucessos com os seus relançamentos em versões remasterizadas tem sido uma tarefa usual de grandes estúdios.
 
Portanto, quando surgiu a notícia de que a Naughty Dog faria o mesmo para a Sony através do desenvolvimento de “The Last of Us” remasterizado não soou como uma grande novidade.
 
Por um lado, é uma maneira de deixar o mercado aquecido com ótimas vendas de jogos já conhecidos e que não precisam de muito esforço para serem oferecidos aos fãs. Por outro prisma, é o preenchimento do vazio que acontece por vezes enquanto alguns novos títulos ainda estão sendo desenvolvidos.
 
Essa edição do game remasterizada para o PlayStation 4  faz uma atualização habilidosa, em que os conteúdos e as evoluções gráficas têm cacife suficiente para atrair até mesmo quem já conhece de cor e salteado a história dos protagonistas Joel e Ellie.
 
O visual roda a 60 quadros por segundo, contra 30 da edição anterior e os movimentos dos personagens estão mais naturais. Daí os personagens acabam por ser percebidos com mais detalhes e os cenários se tornam mais imagéticos e intensos, além de possuir um carregamento mais rápido.
 
No que diz respeito à jogabilidade, essa versão remasterizada tem características próximas do game original, com nuances para que os botões do PS4 sejam possíveis de ser acionados.
 
Outro detalhe que surpreende é o uso do alto-falante do DualShock 4 que em alguns efeitos sonoros surte bastante efeito.
 
“Last of Us Remastered” também oferece uma quantidade interessante de bônus que ajuda o competidor bastante durante a ação.
 
Desde o início, também há, com o DLC Left Behind, um relato preciso sobre a história de Ellie, num passado antes de conhecer Joel e o making of do game serve de curiosidade para quem pode destinar um tempinho a mais para esses detalhes.
 
Além disso, a opção de comentário do diretor e dos principais dubladores, faz com que os mais aficionados pela produção da Sony se esbaldem.
 
Agora, se o gamer nunca jogou o título é uma ótima oportunidade para fazê-lo tendo em mãos tais melhorias do PS4 e conferir uma narrativa tão bem produzida e roteirizada que marcou época para a última geração dos consoles. Já pode ser considerado, inclusive, um clássico dos games.
 
A ação pós-apocalíptica nada mais é do que uma odisseia de dois companheiros num mundo devastado pelo fungo cordyceps.
 
Um desenvolvimento de script evolutivo que não cai apenas no senso comum de tiros e perseguição de novas metas.
 
Mesmo sendo produzido basicamente para fãs, “Last of Us Remastered”, como clássico que é, tem um trabalho respeitável por parte da desenvolvedora Naughty Dog para que a compra repetitiva.
 
 
Deste modo, os bônus e o DLC incluso no pacote fazem o comprador se empolgar. Um detalhe importante: “The Last of Us Remastered” é exclusivo do PlayStation 4.
 
Aviso: o trailer abaixo contém spoilers

Outros Sons 2.0 Turbo: A nova fase do blog também no Facebook

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É muito bom ter o reconhecimento do público para quem você escreve e neste tempo todo em que o blog faz contato quase que diário com uma galera que tem sede e fome de notícia sobre arte e cultura pop em geral não se pode reclamar da interação.

Pois bem.

Desde ontem à noite, o blog entrou num nova fase com atividade também na rede social de Zuckerberg.

A ideia é realizar novas ações e registrar novos posts todas as segundas, quartas e sextas-feiras. 

O blog prossegue com atividade dia-a-dia com o melhor da música, cinema, literatura, games, mangãs, animes e HQs, além de todo o tipo de discussão filosófica, pedagógica, política, religiosa e tudo aquilo que os mais fracos dizem não poder ser discutido. 

Quem acompanha sabe, o blog não foge da briga.

Lá no facebook poderá haver mais informações sobre bandas, filmes, livros e seus respectivos escritores, para quando a pessoa menos avisada ou mais curiosa visitar o blog já conseguir ter um discernimento maior do que se passa por aqui.

Então, é isso. 

Bem-vindo ao novo momento da página e não deixe de curtir e comentar, aqui e lá, sobre tudo o que se publica.

“Voices” é o estilo do Phantogram fincando de vez o pé na cena indie

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Quando surgiu em 2009 com o ótimo “Eyelid Movies”, o Phantogram, ou se você quiser Josh Carter nos vocais e guitarra em conjunto com Sarah Barthel no vocal e teclados, trazia um vento suave de eletronic e psicho rock para a cena americana.
 
Já ali eles possuíam uma boa estrutura rítmica e um entrosamento suficiente para a estreia de um duo, pois ensaiavam havia desde 2007, quando formaram a estrutura do projeto.
 
Cinco anos se passaram, fizeram shows ao lado de grupos mais experientes como Beach House, Metric, Minus The Bear e The XX, surfaram na onda de grandes festivais como Coachella, Sasquatch, Bonnaroo, Treasure Island e Lollapalooza, além de participarem de programas importantes da noite americana como o “Late Night with Jimmy Fallon” (em 2011 e 2013) e agora a pouco no “Jimmy Kimmel Live” e “Late Night with David Letterman” (fevereiro de 2014).
 
No caso, 2014 está sendo particularmente especial para os meninos já que no início do ano eles lançaram “Voices”, segundo álbum de estúdio deles, algo que é motivo de terror para a maioria das bandas do mundo.
 
O disco de aproximadamente 44 minutos e com onze músicas mantém a pegada da primeira bolacha e não frustra quem esperou tanto pela segunda incursão deles em estúdio.
 
Aliás, o trabalho de produção realmente deve ser elogiado, pois o som é extremamente limpo e a voz de ambos os integrantes do grupo soa muito bem aos ouvidos.
 
Ponto para John Hill, produtor que já trabalhou com M.I.A. e Santigold anteriormente.
 
Além disso, a influência que os próprios Carter e Barthel dizem ter continua a flutuar entre os teclados e o ambiente proporcionado pelo trabalho instrumental de ambos.
 
A preocupação com uma variação melodiosa parece vir diretamente dos Beatles e David Bowie, mas há uma sonoridade psicodélica entre o eletrônico e o indie dos anos 80 mais parecida com Cocteau Twins, The Flaming Lips, e Sonic Youth.
 
Até mesmo, há algumas nuances do Jazz e da musicalidade e letra francesa de Serge Gainsbourg que aparecem por ali e um teclado progressivo meio Yes se aventura, às vezes.
 
Os hits indie “Fall in Love” e “Nothing but Trouble” (a primeira do álbum), estão acompanhadas de outras canções como “The Day you Died”, “Bad Dreams”, “Bill Murray”, “Celebrating Nothing” e “MY Only Friend” que possuem ótimos títulos e promovem a manutenção da qualidade do trabalho do início ao fim.
 
Por causa disso, gente forte do mundo alternativo como Reed Fischer da Revista Alternative Press cravou quatro estrelas e meia para o álbum (de um total de cinco), algo que é muito difícil para um mercado que é constituído, geralmente, por gente muito exigente.
 
A mistura das bases eletrônicas com as guitarras faz desse segundo disco uma produção mais pesada e mais potente, musicalmente falando.
 
Deste modo, não há como negar que a grande turnê que o duo está realizando neste momento nos EUA é fruto de trabalho qualitativo, sem dúvida.
 
A perna americana vai até o final de outubro quando finalmente eles pousam na Europa dia 31 de outubro para uma apresentação em Amsterdam, primeira de muitas no velho continente até o fim do ano.
 
Assim sendo, não custa nada projetos bacanas como o Popload ou casas interessantes da noite paulistana darem uma conferida se não haverá um buraco na agenda do Phantogram para emitirem um convite. Perguntar não ofende, não é mesmo?
 
Confira “Fall in Love” abaixo:

“The Leftovers” empolga mais pelas dúvidas do que pelas respostas

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Os comerciais que anunciavam a estreia dessa nova série de Damon Lindelof (Lost) não adiantavam nenhuma informação sobre o enredo da adaptação do livro homônimo de Tom Perrotta (produtor executivo e roteirista também da série).
 
Dessa forma, era importante recorrer à obra literária para buscar alguns detalhes acerca do tema abordado pelo escritor americano.
 
Por meio disso, sabia-se então que a trama que estreou em 29 de junho, simultaneamente nos EUA e no Brasil pela HBO, girava em torno de um evento inexplicável que fez desaparecer cerca de 2% da população mundial num fatídico dia 14 de outubro.
 
Na série tal fato foi demonstrado logo no início da produção quando uma mulher e seu bebê entram em um carro no estacionamento de um supermercado e enquanto a mãe tenta falar ao celular e pede insistentemente para a criança cessar o choro a pequena desaparece.
 
Logo, tudo é transportado para três anos à frente e percebemos que o fato não foi isolado.
 
Não vou entrar em detalhes do roteiro, mas o núcleo da trama se passa numa pequena cidade do interior de Utah chamada Mapleton e trata de alguns personagens específicos, ou que perderam alguém no tal arrebatamento (que pode ser só uma palavra para definir o acontecimento, mas que é tratado assim na abertura com belíssimas pinturas), ou que tiveram alguma mudança drástica por causa disso.
 
Este é o caso de Kevin Garvey (Justin Theroux), atual delegado da localidade, que teve sua vida totalmente virada de ponta-cabeça e tenta cuidar da cidade e da família que se desestruturou totalmente.
 
A filha do delegado, Jill (Margaret Qualley), juntamente com os amigos irmãos Carver (Adam Frost e Scott Frost) e Amy (Emily Meade) se metem em confusões, seu outro filho Tom (Chris Zylka) não mora mais com ele e precisa cuidar de uma mulher grávida de um misterioso esotérico que oferece a paz para os que ficaram por aqui sem os entes queridos.
 
Além disso, a esposa de Kevin Garvey, Laurie (Amy Brenneman), saiu de casa para participar de uma seita misteriosa na qual todos se vestem de branco e não param de fumar.
 
Outro personagem importante da série é o pastor Matt Jamison (Christopher Eccleston) que jura saber o motivo para todos terem desaparecido e tem uma relação ainda mal explicada com o pai do delegado que ficou louco de repente.
 
Há ainda a prefeita da cidade, um misterioso caçador que está matando todos os cachorros das redondezas e a bela Nora Durnst (Carrie Coon), que perdeu toda a família nos acontecimentos misteriosos de três anos atrás, e que mantém alguns estranhos hobbies no presente. Ela vai iniciar um romance com o personagem de Justin Theroux.
 
Além do próprio pai de Garvey que era o antigo delegado e parece ter ficado pinel mesmo.
 
O piloto de “The Leftovers” foi dirigido pelo competente Peter Berg (O Reino), mas já a alguns episódios a ótima Mimi Leder (A Corrente do Bem) assumiu a batuta.
 
O mais importante a ponderar sobre a série é que ela atrai mais pela dúvida que causa, os mistérios que aborda, a personalidade dos protagonistas e suas angústias diante de um fato tão marcante em suas vidas do que as possíveis respostas que, inegavelmente terão de ser informadas mais à frente.
 
Há uma audácia do roteiro em deixar muitas lacunas no ar, pois alguns expectadores mais acelerados podem se cansar disso, mas para quem curte uma trama mais adensada pelo suspense e por boas atuações a coisa pode empolgar mesmo.
 
Mesmo a situação da “partida” não tem previsão de ser bem esmiuçada por enquanto já que coisas inexplicáveis de acontecimentos atuais podem coçar mais a cuca de quem assistir. São os casos, por exemplo, do misterioso envio de pessoas mortas para uma espécie de fábrica, tudo muito bem supervisionado pelo próprio FBI e da questão envolvendo a edição da revista National Geographic de maio de 1972 que o pai de Kevin Garvey insiste para que ele leia, clímax do último episódio.
 
Uma coisa que tem ajudado na continuação do interesse na série pelo público de fora dos EUA é a simultaneidade com que está sendo exibida lá e cá. Amanhã, por exemplo, será o dia em que passará o oitavo capítulo nos dois países, dentro do mesmo horário, algo que não faz com que os spoilers apareçam muito antes por aqui.

 
Isso, provavelmente, é uma tática do próprio Lindelof que já está calejado depois de todos os mistérios de Lost que eram revelados com antecedência aos fãs que não são oriundos dos EUA.
 
Desta forma, o sucesso foi se desenvolvendo de tal maneira que já foi confirmada nesta semana a transmissão de nova temporada da série para o ano que vem, provavelmente também com 10 episódios.
 
Agora, é esperar pelo final que pode ou não trazer alguma resposta, mas isso é o de menos quando percebemos que tudo o que envolve o projeto é milimetricamente pensado para fazer ferver a mente daqueles que se dispuseram a acompanhar a vida de personagens tão bem construídos.
 
Trailer oficial da série “The Leftovers”

O Chillwave do Toro y Moi chegou para ficar

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Você já ouviu falar de Chillwave?
 
E alguém já te mostrou músicas de bandas como Neon Indian, Washed Out, XXYYXX, Com Truise, Senhouse, Keep Shelly In Athens, Mansions on the Moon, Mkaio, Cosmo Black, Tycho, Slow Magic, Small Black, Howlings e Aether?
 
Se a resposta é não para as duas perguntas acima você também nunca ouviu falar de Toro Y Moi, artista estadunidense que tem cravado seus pés na cena indie americana com sua mistura de Synthpop, pop psicodélico, música Lo-fi e new wave.
 
Dessa forma, foi um pulo para incluírem o músico de 27 anos na mesma cena dos outros artistas citados acima e assim começaram a ser nomeados (eles e o próprio Toro Y Moi) como precursores do que os especialistas e metedores de bedelho em geral da nova música americana chamam de Chillwave, essa mistura de sintetizadores dentro de um som psicho com pitadas indie.
 
O nome real do moço é Chazwick Bradley Bundick, mas ele começou algum sucesso no submundo musical de seu país nos anos de 2010 e 2011 e, portanto, precisava de um nome mais chamativo para poder vagar entre as gravadoras alternativas do meio.
 
Realizou a tal miscelânea multilíngue, que consiste das palavras espanholas toro e y (que significam “touro” e “e”, respectivamente), e da palavra francesa moi (que significa “eu”).
 
O músico e produtor já está em sua terceira incursão de estúdio e tem sobrevivido de boas apresentações em shows próprios.
 
Ele é auxiliado por um baixista, um baterista e um guitarrista, que em conjunto com sua voz e seu tecladinho multifuncional (que mais se parece com uma mesa de som), sustentam sua sonoridade cheia de groove.
 
Mas também o jovem músico já vem figurando em alguns festivais no verão americano, algo que tem empolgado o público afeito a novidades, no caso dele, mesmo que no caso dele, nem seja tão novidade assim.
 
Ano passado Toro Y Moi lançou “Anything is Return”, disco com algumas ótimas canções e foi remixado pela dupla europeia Disclosure, o que não para qualquer um.
 
Veja abaixo, a última apresentação do rapaz para a rádio figurinha carimbada daqui do blog, a KEXP de Seattle, na qual tocou quatro canções: “Studies”, “Grown Up Calls”, “Go With You” e “High Living”.
 

Assistir a “Frozen” ao lado de crianças é um evento realmente diferente

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Por força da necessidade profissional é muito comum a mim assistir a filmes infantis acompanhado de crianças de diversas idades.
 
Também foi pelos ossos do ofício que pude visualizar o desenho da Disney “Frozen”, recentemente, com um público do quarto e quinto anos do ensino fundamental.
 
Não havia podido assistir ao desenho quando de sua estreia nos cinemas, fato este que atrapalha meu entendimento sobre como foram as reações à produção naquela época pela plateia, mas é fácil supor que houve empolgação com a película já que seu sucesso foi estrondoso.
 
O simples fato de ostentar o quinto lugar na lista das maiores bilheterias na história, sendo a animação de maior bilheteria mundial e a segunda a ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares arrecadados (o primeiro foi Toy Story 3) já depõe a favor de sua qualidade.
 
Além disso, foi laureado com prêmios de relevância no cenário global como a categoria de Melhor Filme de Animação no Globo de Ouro de 2014 e o Oscar de Melhor Filme de Animação e Melhor Canção Original no mesmo ano.
 
Mas nada é mais concreto do que a reação do público infantil ao filme.
 
Apesar do subtítulo ridículo e desnecessário na versão em português e de algumas canções, quando dubladas, terem um timbre irritante dos profissionais brasileiros, “Frozen” trouxe a mim uma surpresa que nunca presenciei na vida escolar.
 
É inédita essa vibração que o filme passa. Há um completo frenesi entre os pequenos quando assistem ao filme.
 
Nunca vi essa capacidade de um musical fazer sua plateia acompanhar com inúmeros balbucios a maioria das canções. É estranho ver que todos conseguem ter empatia por personagens que ficam cantando ao vento suas emoções que normalmente são guardadas dentro de nós.
 
É verdade que não sou fã de musicais, mas é bom reconhecer quando a coisa é bem feita e “Frozen” tem essa capacidade.
Fora isso, também há a questão do roteiro: a livre adaptação de um conto do dinamarquês Hans Christian Andersen, “A Rainha da Neve”, é muito bem elaborada e não deixa muitas falhas ao longo da mais de uma hora e meia de produção.
 
Mesmo quando nos deparamos com coisas meio apressadas de se apresentar ao público, como o amor repentino de Anna pelo príncipe Hans, conseguimos sentir certa verossimilhança por conta da amarração que isso tem com a história e outros casos durante o filme provam que os roteiristas foram hábeis em decifrar aquilo que favorece a atenção presa por parte dos meninos e meninas.
 
Há muita ação, diálogos inteligentes que não precisam ser longos para explicar aquilo que deve ser entendido pelo público e os momentos emocionantes que podem eventualmente até fazer cair algumas lágrimas são posteriormente acompanhados de cenas em que se pode ter nova inspiração para a aventura que prossegue.
 
A trilha sonora, que poderia ser mais uma chatice, é bem direcionada, casos dos duelos musicais das irmãs Elsa e Anna e as apresentações dos personagens como a hilariante canção de Olaff, o boneco de neve detentor das partes mais engraçadas do desenho.
 
A qualidade cinematográfica também é uma boa desculpa para assistir ao filme e os efeitos computadorizados auxiliam muito para que a película tenha essa precisão para a perfeita visualização, algo que sempre é bastante interferido pelo branco absoluto. E para isso não ser um problema é otimamente realizado.
 
Mas, o show todo durante minha experiência é mesmo a reação do público infantil: eles torcem, vibram, empolgam-se com as aventuras e perigos enfrentados por Anna e se sensibilizam com a história da rainha Elsa que guarda consigo uma maldição terrível.
 
 A satisfação dos pequenos é tão grande que em alguns momentos do filme eles ficam tão embasbacados que não se ouve um único ruído por parte deles, em contraste com as risadas sinceras que eles dão e a aflição percebida diante de um algum perigo com os protagonistas.
 
Até mesmo quando há uma reviravolta e um dos principais personagens revela sua identidade malvada, há um suspiro de insatisfação por eles demonstrada que comprova que estão vidrados no desenrolar das ações da história.
 
Mesmo quando a rainha Elsa parece pender para o outro lado há certa compreensão dos meninos e meninas por saber que ela só faz aquilo para o bem da irmã.
 
Todo esse ritmo de olhos estatelados em frente à tela tem o verdadeiro ápice nas cenas finais quando a plateia grita, contorce-se na cadeira e fica aflita com o possível destino da princesa e da rainha, ambas irmãs.
 
E tem sua apoteose com o seu final feliz comemorado como se fosse um gol em Copa do Mundo. As crianças vão ao delírio, alguns assobiam, outros até se abraçam.
 
Juro mesmo, eu nunca vi tal reação das crianças a um filme, mesmo os da Disney, que por causa de sua qualidade sempre têm mais predileção por parte deles.
 
Isso faz de “Frozen” realmente um evento interessante e diferente de se acompanhar quando o público que o visualiza é constituído de crianças ávidas por novas aventuras na tela.
 
Por fim, é uma comprovação de que uma história, quando bem contada, não pode ter outro destino, senão o sucesso.