Olha o Cake na área aí de novo, gente!

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E não é que o Cake, banda originária da cena rock de Sacramento de meados dos anos 90 que conseguiu ser importante até o comecinho dos anos 2000 fazendo clipes engraçados e músicas com riffs bem característicos e iconoclásticos voltou para nos dar o ar da graça.

 

Eles estavam há sete anos sem gravar nada novo e agora lançam a canção “Sinking Ship” com um igualmente clipe engraçadinho para nos divertir. A faixa lembra bem o que foi feito por eles lá atrás, mas também demonstra possíveis direções para o futuro.

 

O vídeo em stop-motion foi dirigido por Owen Streeter e você vê aqui embaixo. A banda também informou que em breve pode jogar no mundo outras novas músicas e a produção de um novo disco cheio não está descartada.

 

 


 

 

Deerhunter anuncia novo álbum para janeiro. Domingo toca em São Paulo

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Banda menosprezada por uma grande parcela da crítica especializada, mas amada pelo blog, o Deerhunter do grande artista Bradford Cox acaba de anunciar lançamento de seu novo álbum para 18 de janeiro do ano que vem.

“Why Hasn’t Everything Already Disappeared?”, oitavo disco do projeto será o sucessor de “Fading Frontier” (2015), terá 10 faixas inéditas e produção de gente do quilate de Ben Etter e Cate Le Bon e muitas dessas canções já estão sendo apresentadas ao público durante a turnê da banda.

Junto com o anúncio veio também foi mostrado o single “Death in Midsummer” e a declaração de Cox de que o novo trabalho é uma espécie de “ficção científica sobre o presente”. Alguém aí lembrou do Brasil?

Lembre-se, portanto, que tudo isso tem envolvimento do nosso país em pelo menos uma parte altamente verídica: o Deerhunter toca aqui no Balaclava Festival no domingo próximo junto com Warpaint e Mercury Rev e boa parte dessas novas músicas podem aparecer em seu setlist.

Confira abaixo esse pedaço do nova atividade do grupo e veja se não perde o show daqui a alguns dias.

 

 


 

Uma nova Sharon Van Etten pra você, agora!

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Quem gosta de marasmo e mesmice não deve ler esse texto.

É muito bom quando um artista não senta em cima de sua fama ou de sua carreira construída e faz dela um encosto para todo o sempre. É legal ver uma pessoa subvertendo sua arte.

Pois é exatamente isso que Sharon Van Etten faz em “Comeback Kid”, single que acaba de lançar que tem um pé (ou os dois) nos anos 80 e emula Siouxsie and the Banshees, além do próprio figurino e do cabelo franjado da cantora de New Jersey.

A própria é autoexplicativa nesse sentido de virada na carreira, mas Jonathan William Turner, a mente por trás da direção, deixa mais explícito: “Isso de fato sugere a identidade de alguém olhando para o seu passado, mas de forma confidencial mirando seu futuro”.

A música estará presente no disco “Remind Me Tomorrow”, quinto de Sharon, que será colocado à disposição dia 18 de janeiro de 2019. E provavelmente veremos mais mudanças até lá. Será?

 

 


 

 

Veja o Smokey Brights em ação nos estúdios da KEXP

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A apresentação aconteceu em 30 de agosto, mas o vídeo com o show completo só foi disponibilizado agora há pouco no Youtube e no site da rádio de Seattle.

Estamos falando do Smokey Brights em ação na KEXP FM, rádio associada à Universidade de Washington amada por 10 entre 10 amantes do indie universal.

A banda em questão formada inicialmente pelo casal Ryan Devlin e Kim West que têm uma paixão em comum – a pizza – por causa do restaurante em que eles se conheceram anos atrás na própria cidade de Seattle agora já se transformou num quinteto e desde o primeiro LP “Taste for Blood” (2014) vêm galgando vários degraus na dura vida de estrada norte-americana.

O segundo disco melhorou esse progresso na quebra de barreira de poder participar de abertura de grandes bandas e de entrar no circuito de festivais como Sasquatch!, Bumbershoot e Capitol Hill Block Party.

Agora, já mais conhecidos, conseguem se enquadrar num estilo muito particular de fazer um indie bem pra cima que evoca um ambiente empolgante tanto nos shows quanto no estúdio. Esse clima pode ser percebido tranquilamente na apresentação que você vê logo abaixo e se espera que logo haja alguma novidade sobre lançamentos vindouros da banda. Confira:

 

 


 

 

XII Olimpíadas Estudantis de São Paulo: O Riva está por lá também

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A atividade realizada pelo município de São Paulo com organização conjunta da Secretaria Municipal de Esportes e a Secretaria Municipal de Educação está acontecendo durante o mês de Outubro todo e o período de finais chegou.

As crianças e adolescentes da EMEF Professor Rivadávia Marques Junior têm participado ativamente das competições de basquete, handebol, vôlei, futebol e atletismo tanto na categoria feminina quanto na masculina.

Algumas das finais, inclusive, estão acontecendo nestes últimos dias e muitos de nossos atletas têm disputado com grande chance de serem campeões.

Abaixo, uma lista de inúmeras imagens de nossos competidores mirins que têm sido acompanhados, organizados e conduzidos de forma fantástica pelo professor de Educação Física Thiago Rissi.

 

 


 

HÆLOS prepara turnê com aparição de novo single

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Depois de ter aparecido em 2016 com primeiro (e bom) álbum intitulado “Full Circle” o HÆLOS volta agora para preparar terreno para sua segunda incursão de estúdio.

Na verdade, não há ainda confirmação de quando e como será lançado novo trabalho completo da banda, mas é certo que eles inciarão uma nova excursão pela Europa e América do Norte nos próximos dias que incluirá Londres, Paris, Berlim, Bruxelas, Amsterdam, Los Angeles, São Francisco, Vancouver, Toronto, Washington e Nova Yorque.

Para esta nova empreitada ao vivo o inicialmente trio inglês terá a inclusão de um quarto membro Daniel Visdósola para aguentar o baque de semanas e mais semanas na estrada.

O single que agora eles lançam se chama “Buried in the Sand” possui um movimento interessante de percussão e uma sonoridade meio trance que emula alguns momentos de Massive Attack dos anos 90 é bem envolvida pelo vocal de Lotti Bernardout. A track tem vídeo gravado em Kiev em 16 mm pelo diretor The Sacred Egg.

Ouça a nova canção e veja o vídeo aqui abaixo:


A segunda temporada de Making a Murderer já está entre nós

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A segunda temporada da série da Netflix Making a Murderer já foi disponibilizada no canal de streaming com todos os dez episódios podendo ser assistidos em sequência.

Dona de uma audiência expressiva, a primeira temporada foi lançada no final de 2015 e acabou com o espírito natalino de muita gente naquela época (este que vos escreve, inclusive).

A segunda parte da atividade dirigida pela dupla Laura Ricciard e Moira Demos dá a impressão de querer fazer o mesmo contigo desde o início do primeiro capítulo. Já terminei o segundo e agora parece que ficará o misto entre o desespero para terminar logo e a angústia com tanta coisa negativa passando pela sua frente que outro sentimento, o de tentar mastigar pausadamente cada bofetada que a série te dá, faça com que você não queira ver tudo isso de uma só vez.

Making a Murderer segue a trilha do caso envolvendo as prisões de Steven Avery em duas ocasiões diferentes e todo o processo pelo qual ele passou nesse ínterim, primeiro, por ter sido descoberto que não era o criminoso da primeira vez que foi acusado e encarcerado e, segundo, do crime pelo qual ele e seu sobrinho Brendan Dassey foram presos e que, agora, tentam provar sua inocência.

Seria mais uma série sobre crimes famosos se não fosse o fato de que nos dois processos movidos pela promotoria pública de Manitowoc, Wisconsin, há inúmeras inconsistências (para não falar, mentiras) e reviravoltas que fizeram até um número gigantesco de pessoas pedir à época do lançamento da primeira temporada do programa a concessão da anistia por parte do então presidente Barack Obama.

 

É bom que se diga também que até aqui essa temporada também faz um trabalho de metalinguagem mostrando muito daquilo que mudou por conta da ação e da reação das pessoas depois da exibição da primeira temporada.

 

Portanto, assista a esta segunda temporada da série e sinta mais de perto como o mundo pode ser nojento e as pessoas, mais escrotas ainda.

 


 

 


 

Dica de filme: “Negação” é possibilidade de entender o que está em jogo no Brasil atual

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Um ponto-chave no desenrolar da trama de “Negação” (Denial – 2016), em exibição na HBO e HBO GO, é quase um anticlímax. O juiz do caso pergunta ao personagem Richard Rampaton (Tom Wilkinson), advogado de defesa da ré Deborah Lipstadt (Rachel Weiss) se poderia o historiador e negacionista David Irving (Timothy Spall) ser um negacionista honestamente antissemita que acredita naquilo que diz. A resposta do advogado é de que algo do tipo: sim, poderia, mas no caso em questão ele mente deliberadamente, mesmo sabendo que aquilo está bem longe da realidade somente para que haja uma reafirmação de suas convicções absurdas.

Este é um ponto nevrálgico do filme de Mick Jackson: estamos diante de um julgamento que poderia ser considerado surreal por muitos, mas que acaba por acontecer porque o historiador e biógrafo de Hitler moveu uma ação contra a também historiadora americana pelo fato de ela afirmar em livros e palestras suas que o homem é um negacionista do Holocausto, algo que teria feito o primeiro perder oportunidades profissionais em sua carreira.

Portanto, partimos do ponto de vista do acusador, pois ele está afirmando coisas extremamente odientas, mas acaba por tentar provar que tinha o direito dessa liberdade de expressão.

Posteriormente a isso, nos focamos na defesa de Deborah que, inicialmente, queria depor e colocar sobreviventes do Holocausto para dar seu testemunho e acabar com a premissa que David defende, pois este salienta de que não há provas de que milhões e milhões de pessoas teriam morrido durante a segunda guerra mundial nos campos de concentração.

Uma boa parte do filme é consumida por conversas da equipe de defesa de Deborah que teve de se sujeitar a participar do julgamento como ré na Inglaterra, já que a solicitação do inglês partiu de lá quando um dos livros de Deborah foi lançado em solo britânico. Mas também percebe-se no caminhar do filme que os advogados preferem que não haja embate direto nem da americana com o negacionista nem de judeus com ele.

Fica aparente no primeiro instante que se trata de uma análise fria deles, mas comprova-se posteriormente que sua estratégia tinha não só o viés de ganhar a ação, mas também de não expor Deborah e, principalmente os judeus sobreviventes às piadas antissemitas de David.

Todo o trajeto inicial da defesa, porém, parece que vai ser jogado por terra, quando a pergunta lá do início do texto é feita pelo juiz ao principal advogado de defesa.

Aqui é que entra a comparação com o momento atual vivido por nós no Brasil.

Se numa sociedade como a europeia que viveu tempos terríveis como o fascismo, o nazismo e as duas grandes guerras do início até a metade do século passado e que depois teve ação exemplar para lutar contra esse tipo de pensamento em seus cidadãos que vieram depois ainda vive com arroubos de loucura como a que suscitou essa briga judicial em que um piadista politicamente incorreto que adorava falar mal de negros, subjugar o papel das mulheres nos meios sociais e tem desprezo pela ciência da qual ele mesmo vive o que dirá, portanto, do país que não promoveu ruptura nenhuma com seu passado terrível de tempos de ditadura?

Veja bem, vivemos durante 21 anos um período em que pessoas foram torturadas, perseguidas, mortas e escondidos seus corpos e a transição para a volta democrática ocorreu do modo mais pacífico e silencioso possível depois que as forças militares engendraram acordos para que a anistia fosse realizada sem nenhum critério jurídico passível de punição.

Isso fez com que não houvesse debate em torno do julgamento de gente que se envolveu com atividades escusas e que não teve seus nomes colocados em análise tanto pelo crivo popular, quanto pelo crivo jurídico e midiático. Saíram literalmente do governo para que voltassem tranquilamente para suas casas viver da aposentadoria. Até hoje há pessoas desaparecidas que não puderam sequer ser enterradas pela família.

Com tal processo de mudança sem nenhum impacto crítico na mudança de governo da ditadura para a volta do povo ao poder só bastaram algumas primaveras para que se ouvissem aqui e ali um “na ditadura que era bom”, “naquele tempo não havia inflação”, “na ditadura sim que havia segurança”.

Lembre-se que isso não se dá somente pela distância histórica, mas também pela falta de debate sobre aqueles anos de chumbo. Isso fez com que aproveitadores e espertalhões se apossassem do tal discurso do “antes que era bom” para aproveitar esse nicho descontente com “tudo o que está aí”.

Bolsonaro, o candidato líder das pesquisas e favorito a ganhar o pleito domingo que vem, cansou de utilizar esse discurso em programas televisivos e foi eleito várias vezes para a Câmara Federal simplesmente por repetir sua baboseira pró-militarismo durante anos. Conforme o tempo foi passando incluiu também na sua fala jocosa elementos de preconceito, antissemitismo e discriminação contra as mulheres, os negros e a comunidade LGBT.

Quando sua popularidade atingiu um nível nacional gritante e sua capacidade de discutir ideias para o Brasil foi afrontada ele se viu na necessidade de atirar em novos alvos: notadamente o PT, a corrupção e a insegurança pública.

Não haveria nenhum problema se realmente seu discurso tivesse tido um acréscimo de criticidade e pudesse falar contra problemas reais da roubalheira de parte do governo petista e da violência que assola o país. A questão neste ponto é que nunca se quis fazer uma análise profunda acerca dessas situações: o que ele sempre quis foi causar, como aquela pessoa chata que sempre é do contra, mas nunca dá solução.

E se ainda assim tivesse ficado nisso só sua mitologia, meio que para se autoafirmar recrudesceu mais ainda o foco em inimigos imaginários e principalmente na necessidade de vestir uma carapuça de fiscal dos direitos alheios e elegeu todas as minorias como antagonistas da nação. E é neste ponto que ficou deveras perigoso até para um lugar tão conservador quanto o Brasil.

Se já tínhamos um nível de violência gigante contra minorias nesta parte do globo foi nos últimos meses que o negócio descambou para a agressão gratuita mais pesada e física, e nas últimas semanas para assassinatos com requintes cruéis de antissemitismo e discriminação. Mulheres, pessoas ligadas a movimentos sociais, negros, gays, lésbicas, trans e até líderes religiosos (que não aceitam a bandeira de extrema direita) estão sendo atacados à luz do dia e a polícia e a justiça parecem fazer vista grossa.

A eleição nem ocorreu, a vitória do candidato que defende tais ideias também não aconteceu, mas já se percebe que seus seguidores babam atrás de sangue derramado de qualquer um que eles julguem seus adversários.

É importante que se diga que num momento assim é necessário a união de quem não compactua com tais práticas e ideologia semelhante e que qualquer governo democrático (de qualquer esfera ou espectro político) é mais indicado do que o fascismo institucionalizado como o deseja essa turma. Sendo assim, ainda há margem para um virada.

Porém, a barbárie de uma parcela significativa da população nacional já foi identificada e teremos que saber conviver e desenvolver meios de lutar contra ela mesmo que tal vitória da democracia ainda ocorra domingo.

No filme (e na vida real) que provocou a escrita deste artigo o final é coerente com a luta que a Europa teve contra as forças maléficas do nazismo e fascismo e Deborah Lipstadt ganha a ação conta David Irving o jogando ao ostracismo, que é onde pessoas que defendem o indefensável deveriam estar sempre. Mas e aqui, o que vamos fazer a respeito?

 

 

 

 

“A maldição da Residência Hill” é ótima, mas ela pode te enganar

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Um sentimento que tem tomado uma galera que curte séries e filmes sejam estes do cinema ou não é de que alguns trailers tem enganado demais aos espectadores. Não, não digo em relação à produção ruim que teve um teaser ou trailer bem editado que conseguiu esconder os defeitos do longa completo. Um caso bem conhecido recente é “Esquadrão Suicida” (2016) que tinha um fabuloso chama-trouxa no seu comercial exibido meses antes de seu lançamento que enganou a todos que foram assistir ao filme e saíram revoltados da sessão.

A minha constatação na qual procuro lançar luz aqui é com aquele tipo de série ou filme que tem um trailer que parece vender uma coisa totalmente diferente do que de fato o é.  E quem tem sofrido demais com isso são os fãs do gênero de terror.

Dois exemplos recentes são “A Bruxa” (2015) e “Hereditário” (2018) que pareciam ser algo que se mostrou muito fora do comum posteriormente. Ambos são, de fato, alguns dos melhores filmes da área, mas são tudo menos o que se assemelhava ao trailer de divulgação anterior. Muitos críticos notaram isso e ainda puderam nos avisar com certa rapidez, mas nem todo mundo acompanha assiduamente esse nicho informativo para ficar esperto e não ser pego de surpresa.

Essa é a sensação exata de quem assistiu ao trailer de “A Maldição da Residência Hill” (2018), série original Netflix de autoria do produtor, diretor e roteirista Mike Flanagan que é levemente inspirada (preste atenção à palavra usada) no livro “The Haunting of Hill House” (1959) de Shirley Jackson.

A questão essencial que nos leva ao pensamento de que fomos enganados pelo trailer exibido pela empresa de streaming norte-americana é que lá parecia que estaríamos em frente a uma produção de terror físico cheio de jumpscares que nos aterrorizaria do modo mais prático e usual ao qual estamos super acostumados.

A parte positiva a respeito disso: a série é muito mais do que isso. E bota “mais do que isso”, pois o programa é um terror psicológico que age em dois momentos da história de uma família (os Crain): a primeira situação em 1992 quando os cinco irmãos Steve, Shirleu, Theodora, Luke e Eleonor junto com a mãe Olivia e o pai Hugh se mudam para a residência título da trama com o intuito do patriarca engenheiro (e faz tudo) resolver os problemas do velho casarão que adquiriu por uma módica quantia para que a venda proporcione boa grana a fim de construir a tal casa dos sonhos que a mãe arquiteta está planejando há algum tempo. Neste pequeno tempo de moradia fatos estranhos e traumatizantes vão mexer com a vida de todos ali; a segunda situação é 26 anos depois (o período atual) na qual todos têm de lidar com os fantasmas (no sentido literal e figurado) do passado.

Se colocarmos em prática nomenclaturas exatas do manual de gêneros cinematográficos lidamos portanto com um terror psicológico que se emenda com um drama familiar que por breves momentos pode descambar para um horror mais físico ou de sustos fáceis. Essa mesma cartilha dirá que a produção homenageia clássicos como “Poltergeist” (1982), “Terror em Amityville” (1979), “Os Outros” (2001) e “O Iluminado” (1980), além de claras influências da primeira temporada de American Horror Story (2011), que recebeu a alcunha de Murder House.

O mais importante dessa análise sobre o que estamos assistindo é que tudo é feito com muito esmero e capricho e que a edição de som é fantástica, a edição de imagens é bem inteligente e sem pressa, a fotografia é perfeita no que pretende mexer com a cabeça do público que escolheu participar dessa viagem entre o passado e o presente, as cores, sombras e luzes que são importantes para mostrar a desgraceira que essa família foi obrigada a conviver enquanto o tempo passa para eles e para nós.

O ritmo da série é lenta o suficiente para que as personagens sejam bem trabalhadas e cada um dos primeiros seis capítulos é focado num membro da família enquanto uma sétima personagem permeia a todos e funciona como fio condutor de toda a loucura que vai culminar (ou já culminou) quando descobrimos o que de fato aconteceu para todos terem a garganta engasgada eternamente e não conseguirem seguir tranquilamente suas vidas.

Enfim, trata-se de uma série que vai te enganar bastante e vai te proporcionar momentos de tensão que vão se alongando conforme você vai se afeiçoando às pessoas que ali estão nos dez capítulos da trama.

Pontos mais do que positivos à atuação de todos e, em especial, aos atores e atrizes mirins que fazem entregam verossimilhança à obra. Outro destaque é com relação aos planos-sequência do 7º episódio (talvez o melhor dessa temporada) que provocam certo frescor ao ritmo da produção e quem está assistindo é levado a um novo nível de satisfação cinematográfica. Por fim, é essencial advertir a todos que já leram o livro homônimo de 1959 de que se trata mesmo de uma leve inspiração na obra literária já que de base mesmo dali só mesmo temos o nome da residência (que no livro a palavra Hill se refere a uma colina enquanto aqui estamos falando da família Hill, portanto um sobrenome), o casal Dudley (mesmo que tenham muitas diferenças do livro para a série), e que os Crain no livro, na verdade, eram liderados por um homem excêntrico que teria construído a casa enquanto que na série o patriarca da família fez o que já explicamos lá no início. Outra situação de diferenciação é que personagens como Nelly (ou Eleonor) e Theo têm funções e motivações totalmente diferentes de uma obra para a outra.

 

Portanto, “A Maldição da Residência Hill” é uma das melhores séries de terror já produzidas, mas que você vai ser enganado, ah isso vai, sem dúvida.

 


 

 


 

 

Já está disponível o primeiro disco completo do Greta Van Fleet

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Os caras vêm causando na cena rock mundial há algum tempo, mas até o momento eles têm vivido apenas de EPs e shows curtos aqui e ali.

Agora é a vez definitiva do Greta Van Fleet tomar conta do noticiário através do lançamento de um álbum completo.

O nome da bolacha é “Anthem of the Peaceful Army” e a produção foi realizada pelo trio de profissionais Marlon Young, Al Sutton e Herschel Boone e sai pela Republic Records.

O álbum de mais de 45 minutos de  duração e dividido em 10 faixas condensa muito daquilo que já foi falado sobre a banda: para o bem e para o mal.

Temos um time de músicos irmãos (Joshua Kiszka – vocais, Jacob Kiszka – guitarra, backing vocals, Samuel Kiszka – baixo, teclados e backing vocals), além de Daniel Wagner (bateria e backing vocals), que sabe bem o que fazer com seus instrumentos, mas que exagera demais na execução de suas influências.

Por outro lado, as músicas feitas por eles funcionam bem no modo geral. O que enche o saco, porém é que eles teimam em demonstrar toda a sua virtuose de maneira que fique evidente que eles conhecem a história do rock. E tome riff igual ao de Jimmy Page, introduções idênticas as de Jimmy Hendrix, viradas de baqueta a la John Bohan e vocais que em momentos emulam Robert Plan e em outros se parece com Geddy Lee.

Talvez quem tenha mais originalidade seja o trabalho de baixo da banda, mesmo que isso não signifique ter arroubos gigantescos de ineditismo, pois o menos muitas vezes é mais. Isso não retira a realidade de que John Paul Jones, Geezer Butler e Roger Glover não sejam identificados em vários desses momentos. A diferença em relação aos outros integrantes do grupo formado em Michigan é que Samuel Kizska não se empolga em tentar fazer tudo igual aos seus ídolos, mas os respeita suficientemente para homenageá-los.

No que diz respeito às canções propriamente ditas, há qualidades inegáveis e as letras ajudam bastante nisso. As construções sonoras se conectam bem ao ambiente que se quer criar e há muita presença de espírito do vocalista com sua desenvoltura entre o grave e o agudo que sabe dançar entre estilos mais pesados do Hard Rock e tendências mais blueseiras.

Nesse quesito há de se demonstrar bastante apreço a faixas como a primeira “Age of Man”, When the Courtain Falls” e “Watching Over”. Há explosões de empolgação rocker  em “Lover, Leaver (Taker, Believer)” que é uma ode aos anos 70 e também muito lirismo em “Brave New World” e “Anthem”, o que é ponto positivo para a banda além dos anteriores.

Enfim, são mais altos do que baixos os voos do Greta Van Fleet, originalidade não é muito a praia dos meninos, mas pelo menos eles conseguem entregar bem aquilo ao qual se prestam a fazer: um bom e velho rock’n roll.

 


 

Anthem of the Peaceful Army – Greta Van Fleet

 

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1- Age of Man

2 – The Cold Wind

3 – When the Curtain Falls

4 – Watching Over

5 – Lover, Leaver (Taker, Bealiver)

6 – You’re The One

7 – The Bext Day

8 – Mountain of the Sun

9 – Brave New Wolrd

10 – Anthem