“Grama”: Uma devastadora história sul-coreana

Quadrinho coreano “Grama” já está em pré-venda – Biblioteca ...

 

O Selo Pipoca e Nanquim tem se especializado em trazer clássicos da literatura e das HQs nos últimos anos e neste período de pandemia parece que estão fazendo de tudo para serem mais incríveis ainda.

Depois de lançarem nos últimos dias uma nova edição de “A Profecia” (David Seltzer), ter ido atrás de Maxwell, O Gato Mágico (Allan Moore) e de nos presentearem com coisas especiais como Gastaria Tudo Com Pizza (Pedro Duarte), há inúmeras versões de gente gabaritada do mundo todo como Phillipe Druillet e Moebius, só para ficar em dois mestres da 9ª Arte.

Mas agora os proprietários da Editora foram um pouco mais longe (mais precisamente na Coreia do Sul) e trouxeram um título que está concorrendo neste ano ao Prêmio Eisner de melhor história em quadrinhos baseado em fatos. “Grama” foi escrito e ilustrado por Keum Suk Grendy-Kim se baseando numa entrevista que fez com Ok-sun Lee, sobrevivente das memórias contadas no livro.

Sob a ótica de sua protagonista, ficamos sabendo uma das mais odiosas situações ocorridas na primeira metade do século XX na região asiática invadida pela império japonês que perdurou até o final da II Guerra Mundial.

As Casas de Conforto retratadas aqui geram mal estar entre Coreia do Sul e Japão até hoje e muitas das histórias aqui contadas ainda estão sendo desvendadas pela imprensa desses dois países. Muito se perdeu com as milhares de mulheres mortas nesse período ou com o seu silêncio triste posteriormente a isso.

Há muito o que se pensar sobre a história da HQ, seu modus operandi e as escolhas artísticas que fazem dela um clássico instantâneo que merecerá maiores análises pelas próximas décadas, assim como já foi feito com obras pesadas do quilate de Maus (Art Spiegelman) ou Persépolis (Marjani Satrapi), pra ficar em apenas duas obras-primas. Mas existe algo no âmago de “Grama” que é difícil de se conseguir: é um livro feito com extrema sensibilidade, uma subjetividade que, de tão pura e latente, se torna objetiva e palpável.

Enfim, dado o universo profundamente angustiante e terrível contado durante a obra é de bom tom que não se libere mais sobre a história para não cairmos em spoilers que estraguem a experiência do leitor, mas é de se avisar: é extremamente emocionante e triste.

Portanto, em tempos como os nossos, em que se procuram inúmeras desculpas para se manter na sociedade ações abjetas como a violência policial, a desigualdade de gênero, o preconceito e o profundo abismo entre as classes sociais, gerando absurdos como a escravidão e objetificação da mulher, é extremamente importante que tenhamos acesso a histórias como “Grama” para nos lembrarmos que esse maneira de agir e pensar vem lá de trás e que quanto mais acreditarmos que isso não se repetirá mais daremos força para elementos de degradação humana.

 


 

Obra: Grama

 

Quadrinho coreano “Grama” já está em pré-venda – Biblioteca ...

Autora: Keum Suk Grendy-Kim

Editora: Pipoca e Nanquim

Pré-Lançamento: Junho / 2020

Preço na Pré-Venda: R$ 55,90 (Amazon Prime ou Site da Editora)

 


 

Podcasts para ouvir durante a pandemia

microfone rádio - Blog do Redação

Neste período de pandemia é nítido que alguns mercados culturais e de comunicação cresceram enormemente.

O caso da podosfera, termo pelo qual é conhecido o grupo de podcasts encontrado nos principais agregadores de podcasts na internet, é gritante, pois a facilidade com a qual se pode escutar um programa em qualquer lugar e em qualquer horário facilita sua disseminação.

o Blog Outros Son separou cinco bons Podcasts para acompanhar neste momento em que a informação e o entretenimento se misturam na tarefa de levar ao ouvinte algum conforto ou diversão. A maioria desses programas pode ser conseguido também em sua plataforma de Streaming preferida.

 


 

Xadrez Verbal

Xadrez Verbal Podcast | Xadrez Verbal

 

Dentre os melhores podcasts de política no Brasil o Xadrez Verbal se destaca não só pela qualidade de seus participantes (Filipe Figueiredo e Matias Pinto), passando pela quantidade e qualidade de informações e ainda pelos convidados que por lá aportam.

Neste momento de pandemia há ainda a participação especial de Atila Iamarino em programas especiais semanais falando sobre os números mundiais do Coronavírus e o que cada país está realizando para diminuir os danos da doença.

Um programa que fala de geopolítica sem ter um tom professoral pedante, mas que informa com clareza aquilo que pretende.

 


 

Anticast

 

AntiCast | Podcasts

 

Como a própria página do Podcast criado por Ivan Mizanzuk explica este é um Podcast que nasceu para falar de Design, área de atuação de seu apresentador, mas conforme foi passando o tempo o tema foi flutuando para a discussão política e social do país.

Com algumas mudanças editoriais no seu formato também tem incluído entrevistas importantes de personagens de setores ligados aos Direitos Humanos, do mundo do Direito Constitucional e da Política Partidária brasileira.

O Anticast, em alguns momentos, pode ser meio errático na inclusão de novos programas, mas nunca falha em sua qualidade de conteúdo.

 


 

PeeWeeCast

 

PeeWeeCast (podcast) - Canal PeeWee | Listen Notes

 

Braço radiofônico do Canal do YouTube Peewee, o PeeWeeCast é basicamente um programa no qual os criadores Miguel e Leonardo convidam os amigos Bruno e Sescon para conversar sobre o mundo nerd e da cultura pop mundial.

Com preferência pelo universo de séries e filmes o quarteto aposta no humor e na irreverência para que a discussão flua por aproximadamente uma hora por semana.

Assim como em outros programas do gênero o PeeWeeCast também convida pessoas especializadas naquele assunto da semana para aprofundar determinadas questões.

 


Muito Mais Do Que Futebol

 

Muito Mais Do Que Futebol – Central 3

 

A parceria jornalística entre Mauro Cezar Pereira e Lúcio de Castro ultrapassa as linhas do futebol neste programa que fala sobre tudo o que cerca o futebol e o política para interferir na sociedade como um todo.

Intermediados por Leandro Iamin o Podcast é uma ação da Central 3, empresa detentora de outros inúmeros bons programas.

O MMDQF acaba por ser um bate-papo descontraído, mas não isento de opinião e posicionamento ideológico firme. Uma grande opção em tempos de disseminação do ódio e da ignorância.

 


 

Viracasacas

 

Viracasacas Podcast – Site do Viracasacas Podcast

 

O Podcast repercute os principais eventos políticos do país e chama para a roda de conversa, além dos apresentadores Carlos Carapanã e Gabriel Divan, vários convidados.

Com um tom ameno de falar sobre temas duros, na maioria das vezes, o núcleo do programa tende a ser claro sobre os mais absurdos fatos ocorridos no Brasil durante a semana.

Houve recentemente, por conta da pandemia, programas em formato de live, em que inúmeros outros podcasts foram convidados a participar junto com o Viracasacas. Vamos ver se isso se repete em breve.

 


 

Mais posts, enfim!

Paisagem Bonita | Baixe Vetores, Fotos e arquivos PSD Grátis

 

Após um hiato monstro por conta de problemas particulares e, obviamente, da pandemia e necessário isolamento social estamos de volta para a tentativa de fazer o Blog rodar mais vezes durante a semana.

Nos próximos dias espera-se ser mais profícua a ação aqui neste site e que a variedade de assuntos da cultura e da política possa ser maior e constante.

Mais posts, enfim, é a lógica que queremos promover, mas tudo dependerá de fatores além do que aqui se apresenta.

Mas como o repeito pelos leitores e amigos é grande e a vontade de continuar escrevendo é infinita a probabilidade de dar certo é grande.

Um abraço!

 

Esqueça The Walking Dead: dê atenção para Kingdom

Kingdom: O que faz a série sul-coreana da Netflix ser tão incrível?

 

É inegável que o cinema sul-coreano tem qualidades narrativas e estilísticas que fazem dele um dos melhores do mundo contemporâneo, mas após a trajetória explosiva de Bong Joo-Ho com “Parasita” os holofotes para aquele canto do globo se intensificaram demais.

Sendo assim, coisas fantásticas de antes e depois do advento do ganhador do Oscar 2020 foram, enfim, sacadas do limbo (ou do cinema alternativo mundial) e venceram a barreira da legenda e do estranhamento da língua original.

Redações de todos os países agora precisam aprender a escrever rapidamente nomes cheios de encontros vocálicos e hifens para divulgar e analisar obras diversificadas tanto na estética quanto no roteiro de histórias orientais que ainda conseguem sugar alguma influência do bom cinema hollywoodiano.

Dessa maneira, era um caminho razoável que também outras mídias culturais também fossem percebidas pela comunidade artística internacional: novelas, doramas, animes, peças teatrais e séries sul-coreanas estão sendo desvendadas pelo público e crítica nos últimos tempos e isso tem provocado curiosidade e percepção de que a produção desta área do conhecimento naquele país pode ser introjetada em qualquer mente minimamente aberta ao novo.

E é sob essa perspectiva vazia de preconceitos que a Netflix resolveu encarar a produção e distribuição de conteúdo original da Coreia do Sul. É bom lembrar que mesmo antes da comoção de Parasita já havia um certo campo a ser explorado ali e foi nessa toada que surgiu Kingdom, série que estreou em 2019 com orçamento gigante e história pouco divulgada, mas que logo venceu os muros da ignorância alheia com o boca-a-boca que ajuda produtos a ganharem a audiência do serviço de Streaming estadunidense.

Produzida e dirigida por Kim Seoung-hun e com roteiro dele mesmo em parceria com a escritora Kim Eun-hee, Kingdom mistura elementos históricos e ficcionais ao seguir a trama política do final da Dinastia Joseon que promove poder, traição, guerra de famílias e clãs que acabam por provocar tensão social e um problema seríssimo de falta de comida em toda a região interiorana do país.

É no meio de toda essa efervescência na sociedade sul-coreana da época que conhecemos o drama do rei que foi acometido por varíola e que após sua morte o seu conselheiro-mor e sogro Cho Hak Joo (Seung-ryong Ryu) chama um médico conhecedor de práticas pouco ortodoxas da ciência para seu reavivamento. Mais à frente entenderemos melhor o motivo dessa pretensa benevolência, mas ela tem implicações severas para a base do que vem a ser o plot da série.

Em meio a tudo isso o herdeiro do trono, Lee Chang (Ji-Hoon Ju), descobre parte da conspiração e precisa viajar para desvendar de fato o que ocorreu com seu pai que não pode ser visto por ninguém por ordem da própria rainha e madrasta dele.

É exatamente na cidade para a qual retorna o médico com o espólio (ou ônus) da viagem para curar o rei que ocorre um fato que vai mudar a vida de todos no reino e faz com que uma invasão zumbi seja promovida em escala epidêmica.

A descrição acima é somente o argumento de parte do primeiro episódio da série e funciona bem por ocasião da facilidade com que autores e direção realizam a junção entre trama política com o elemento ficcional e sua parte de ação propriamente dita.

Além disso, é especialmente importante citar a arte de design de produção que enfatiza uma época distante dando realismo a ela. Há cenários suntuosos, mas existe a miséria em cada povoado visitado pelos personagens da produção. E é aí onde mora a sutileza dos detalhes que, muitas vezes, produções se empenham em deixar tudo muito próximo do perfeito, mas se esquecem que gente vivia ali e esse pequeno fator faz todo o papel de verossimilhança para quem vê o programa.

Claro que a escolha por efeitos práticos na condução da maquiagem dos mortos-vivos e o já conhecido bom trabalho de atuação de atores e atrizes sul-coreanos dão um tom qualitativo pouco visto no gênero e a direção de elenco em consonância com momentos bem coreografados nas batalhas encaixam bem com todo o restante da atividade vista em tela.

O programa, enfim, não é perfeito, pois há, especialmente, duas soluções mágicas pouco criativas que tiram o espectador daquele mundo por alguns momentos (a saber: a última frase dita por uma personagem no final da primeira temporada e uma outra situação envolvendo uma fala da mesma personagem no terceiro capítulo da segunda temporada) e a criação do vilão é meio caricata e forçada por conta, principalmente, da eterna cara de mau feita pelo ator que o interpreta.

Independente disso, Kingdom cumpre bem demais seu papel de entreter, promove discussões políticas importantes, faz comentários sociais sutis (e outros nem tanto) e passeia pelo terror, ação, aventura e drama sem parecer forçado (outro adjetivo inerente ao cinema sul-coreano). No fim das contas, a Netflix acerta mais uma vez em dar espaço a produções de países que não estão no foco do grande mercado cultural ocidental e faz com que o fã de uma boa história possa curtir algo realmente bom. Para quem ficou frustrado com o final de Game of Thrones e não quer mais saber de The Walking Dead (com razão) a série é ótimo alento.

 


 

 


 

Na quarentena: cinco canais do Youtube para aproveitar durante o isolamento

Arthur Gimenes: Dicas para se entreter nessa quarentena - Luiz ...

 

São tempos difíceis.

Uma época em que temos de ficar em casa não ia ser tranquila mesmo, mas fazer isso por conta da necessidade de se manter vivo em detrimento da expansão de um vírus altamente contagioso como é o caso do Novo Coronavírus não estava no roteiro de ninguém.

E é nesse momento pouco confortável que muita gente teve que se isolar socialmente, ficar em casa a pulso e ter, inclusive, que trabalhar por meio de processo remoto.

Há ainda o bônus (ou ônus) de crianças e adolescentes terem de conviver de maneira onipresente com os mais idosos sem que haja um contato mais aproximado e com a responsabilidade de sustentar o confinamento sabe-se lá por quanto tempo ainda.

Dessa maneira, pensar em situações de entretenimento durante este período único em nossa era é de suma importância para todos e como o blog se destina mais detidamente ao público que consome cultura pop nada mais digno de nossa parte do que aconselhar maneiras de essa pandemia ser menos traumática para todos no quesito de se ocupar enfim de algo.

Nesse sentido, segue abaixo uma lista de cinco canais disponíveis no YouTube para acalmar a alma de gente que quer se informar sobre cinema, literatura, gastronomia e artes e afins. Claro que a ideia é sugerir de acordo com critérios próprios do Blog, mas se alguém se sentir à vontade pode falar sobre outras dicas nos comentários.

Pipoca & Nanquim:

 

 

O programa surge em 2009 através da TV Uniara, ligada à Universidade de Araraquara e, a partir de 2011, passou a ser publicado de forma independente como canal do YouTube.

Neste mesmo ano seus criadores Alexandre Callari, Bruno Zago e Daniel Lopes começaram a trabalhar na Editora Mythos. Ao longo dos anos posteriores publicaram a série “Quadrinhos no Cinema” pelo selo Generale da Editora Évora e houve participações de coleções de contos selecionados e traduzidos por Alexandre Callari.

Em 2017 através de uma parceria com a Amazon surge a editora Pipoca & Nanquim especializada na publicação de histórias em quadrinhos e que faz hoje uma boa fusão com o canal de vídeo.

Por lá os três apresentadores mostram lançamentos da própria editora, fazem análises de HQs, Mangás e afins da gringa e também se arriscam (e bem) na crítica e na sugestão de filmes, séries e animes dos mais variados gêneros e épocas.

O canal tem mais de 200 mil inscritos, possui vídeos quase todos os dias da semana e consta aqui como sugestão por causa do carisma de seus três criadores e também pelo conhecimento deles em relação aos temas demonstrados em vídeo e da grande variedade e qualificação do acervo de sua editora.

 


 

Boteco do J.B.

 

 

Criado por Julio Bernardo, o canal do YouTube já possui mais de 180 mil inscritos, apesar da produção errática e de nunca se saber quando haverá um programa novo a ser visto.

Porém, a questão é exatamente essa. No momento em que um novo passeio de J.B. é mostrado pelo mostrador do site é impossível de deixar de ver.

Dono de uma acidez difícil de ser encontrada na crítica gastronômica brasileira, Boteco do J.B. promove idas e vindas de Julio por bares, botecos, restaurantes e agregados para degustar, amar e destilar ódio da comida e bebida destes mesmos locais.

Prefira começar por tours para provar uma iguaria específica em vários locais. Já teve via crucis da coxinha, da feijoada, do cheese burger e um monte de outros pratos pelas ruas, principalmente, de São Paulo.

Isso não significa que não haja espaço para caminhadas pela vida gastronômica de Rio de Janeiro, Belém, BH e Curitiba, por exemplo, mas o que vale também no canal é o jeito informal e, ao mesmo tempo, altamente técnico com que Julio explica suas preferências.

 


Canal do Getro

 

 

O canal mais bem entendido quando o assunto é terror, horror e filme trash do YouTube brasileiro foi criado pelo baiano Getro Guimarães.

Dono de um texto bem escrito e de uma forma de falar expansiva Getro é um pesquisador compulsivo do tema e também uma pessoa com conexões dentro e fora do país que o deixam bem informado com meses de antecedência de boa parte dos influenciadores digitais especializados no gênero.

Com a nova onda de filmes e livros voltados para a área acabou tornando possível um prato cheio para mais conteúdo no canal e fez com que o publicitário tenha se convencido de ter mais tempo para a produção de mais vídeos.

Atualmente, ele costuma incluir novos programas às terças-feiras e quintas-feiras e faz estreias no canal com interatividade com seus quase 350 mil inscritos que podem também realizar camisetas estilizadas de seus quadros Baseado em Fatos, Os Piores Filmes de Todos os Tempos, Os Filmes Mais Perturbadores do Planeta e Video Nasties Revival.

 

Além disso, de vez em quando Getro acaba por realizar um grande favor aos seus fãs por conta da garimpagem que faz de filmes sinistros dos serviços de streaming. Um achado que não pode ser desprezado por quem gosta do assunto.

 


Meteoro Brasil

 

 

E quem disse que aprender também não pode ser divertido?

Aliás, não é apenas aprender, mas também se politizar, ficar informado com o que mais importa no dia, sanar dúvidas sobre questões palpitantes da semana e se tornar mais crítico para não ser surpreendido por fake news, pós-verdades e canalhices do admirável mundo novo.

Tudo isso pode ser atribuído ao canal Meteoro Brasil que joga na rede mundial de computadores vídeos quase todos os dias. Muitas vezes há até mesmo uma dupla de programetes bem produzidos, de edição classuda e roteiro bem engendrado.

Isso tudo já seria suficiente para o entretenimento geral, mas o conteúdo de suas análises é muito profundo, a pesquisa é realizada com afinco e os dois criadores, um jornalista e uma professora de artes que atendem pelos pseudônimos Mulher Mais Sábia e O Cara Mais Simples, sabem variar sobre o produto que estão avaliando.

Claro que a política brasileira toma bastante tempo do canal, mas Ciências Sociais, História, Biologia e Geografia também aparecem bastante no meio das discussões que mergulham até o fundo possível para um vídeo de aproximadamente 10 minutos. No final das contas serve como um trampolim para a pesquisa posterior em outras mídias.

 


Cansei de Ser Chef

 

 

Normalmente, canais do YouTube que tratam de gastronomia são enfadonhos exatamente por serem didáticos, estilizados ao extremo e vazios de carisma por parte de seus apresentadores.

Pois isso é algo com o qual o canal Cansei de Ser Chef não sofre. Por lá Bruno Salomão, “chef de profissão e de alma” como ele mesmo se refere, faz comida sem frescura e com muita paixão.

É também um canal que mostra aos seus quase 370 mil inscritos muito sobre a história dos pratos e o contexto pelo qual sua criação passou ao longo dos tempos. Faz do preparo de pratos uma jornada divertida e empolgante.

Também há no canal muitos momentos em que há dicas sobre armazenamento de produtos alimentícios, formas de produzir embutidos em casa, preparo de pimentas e conservas e ainda pode se deliciar com as brincadeiras do seu apresentador que possui carisma e traz convidados bacanas para trocar ideias sobre comida em geral.

Enfim, no meio de tanta coisa falando sobre o tema na internet e especificamente no YouTube o canal em questão faz com que você tenha vontade, não só de comer aquela iguaria, mas também de fazê-la. Uma gostosura!

 


 

In Search of Darkness: um passeio pelo Terror e o que ele influenciou

IN SEARCH OF DARKNESS | Indiegogo

 

Não é segredo para ninguém que o cinema de Terror e Horror sempre foi relegado a um segundo plano pela indústria como um todo, mas o gênero encontrou em um público fiel um nicho de sucesso e resistência.

In Search Of Darkness (Grã Bretanha / EUA – 2019), documentário escrito e dirigido por David A. Weiner é uma produção que tenta lançar luz sobre um período de ouro do trabalho nesse setor e se alonga em explicar como isso influenciou as décadas posteriores, ainda que sem a mesma engenhosidade daquela época.

Com depoimentos de diretores, atores e atrizes, maquiadores, técnicos de som e efeitos especiais e produtores daquele momento histórico para o cinema Hollywoodiano o filme dá voz a gente que ajudou a garantir que o Terror tivesse uma aura de produção B, mas que primava ainda pela qualidade narrativa ou de mitologia envolvendo essas histórias.

Há muito sobre ícones daquele tempo como Jason, Freddy Krueger, Michael Myers e outros, além de garantir aos mais saudosos oitentistas entrevistas com John Carpenter, Joe Dante e Mick Garris que detalhar as escolhas criativas destes realizadores. Ainda há curiosidades sobre essas obras com gente importante como Doug Bradley, Jeffrey Combs e Cassandra Peterson e maravilhas a respeito dos efeitos práticos e sonoros que eram feitos mais na base da criatividade e primor técnico de profissionais do gabarito, por  exemplo de Tom Savini.

Óbvio que o filme possui algumas falhas como o tempo longo demais (4h04m) e pouco aprofundamento em temas espinhosos como sexismo nos filmes e pouca representatividade das diversidades nos filmes, além do colhimento de depoimento de gente pouco relevante para o tema, mas isso não deixa a peteca da qualidade do longa perder tanto.

Se achar que o negócio é pesado demais para ser visto de uma vez só escolha o processo serial como assistir em três ou quatro capítulos escolhidos por você mesmo, porém a única coisa que o fã de terror não pode fazer é deixar de ver.

In Search of Darkness não chega aos dias atuais em sua análise dos filmes (o processo de pesquisa e entrevistas termina mais ou menos ali no final da década de 2000), mas consegue colocar o período dos anos 1980 como uma expressão cultural que moldou o pessoal do gênero de terror para as décadas que viriam.

Para quem é aficionado funciona como gatilho nostálgico e de saudosismo (do bom), mas para quem não conhece muito e gosta do tema é imprescindível para se arvorar de mais informações e sair por aí pesquisando sobre clássicos de anos atrás. Não perca!